MINISTÉRIO PÚBLICO


Documentos obtidos a partir da quebra do sigilo bancário de oito parentes de Ana Cristina Valle, conhecida como Cristina Bolsonaro, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, mostram que os familiares tinham o hábito de sacar várias vezes a quantia exata de R$ 500 próximo às datas de pagamento. Das 9.859 operações de saque feitas entre 2007 e 2018, 4.294 foram nesse mesmo valor, somando um total de R$ 2,1 milhões.


Conforme informações do jornal O Globo, nas investigações, o Ministério Público (MP) aponta que essas pessoas faziam parte de uma organização criminosa envolvida em um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Ao analisar os dados bancários da família Siqueira, dos R$ 4,8 milhões pagos em salários, R$ 4 milhões foram retirados em espécie. “Sacavam quase a integralidade dos salários recebidos na Alerj para repassar os valores em espécie a outros integrantes da organização criminosa”, diz o MP.

Ainda de acordo com a reportagem, em 354 oportunidades, ao menos dois integrantes da família de Ana Cristina foram ao banco no mesmo dia e realizaram a mesma quantidade de saques, no mesmo valor. Destas, em apenas três vezes, o valor da operação não foi de R$ 500.

Procurado pelo O Globo, o advogado Magno Cardoso, que defende que a família Siqueira, disse que não iria se pronunciar.