Brasil247 - A empresa Transnacional e sua matriz no Rio de Janeiro, a Transexpert, contratou policiais militares para efetuar os pagamentos ilícitos da Odebrecht que teriam como destinatários finais políticos e agentes públicos de diferentes estados. O sistema, operado pelo doleiro Álvaro Novis, distribuiu ao menos R$ 37,9 milhões em São Paulo e R$ 81,8 milhões no Rio entre 2011 e 2014.
Oficiais se apresentavam à paisana às 8h na garagem da sede da Transnacional, na Vila Jaguara (SP), bairro que fica entre o 14.º o 49.º batalhões da PM. Eles recebiam uma relação de endereços, recibos e senhas e saíam em dupla em carros blindados lotados de dinheiro. As informações são do Blog do Fausto Macedo.
Somente em São Paulo, ao menos oito PMs da ativa ou aposentados atuaram na distribuição de dinheiro da Odebrecht e ganhavam R$ 180 por dia de trabalho, mais do que o ganho diário de um cabo. Grandes quantias, como R$ 500 mil, eram entregues pelos policiais diretamente aos intermediários indicados pelos políticos em suas residências, escritórios ou flat.
A Transnacional e a Transexpert faliram depois que a Operação Lava Jato descobriu seus envolvimentos no esquema da Odebrecht. Ex-dirigentes e funcionários das empresas estão colaborando com as investigações.