Uma mulher de 44 anos foi detida pela Guarda Civil Municipal da cidade de Araraquara,  250 quilômetros de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (13) após descumprir o decreto da prefeitura de isolamento social contra o novo coronavírus. As imagens que mostram ela se recusando a sair de uma praça viralizaram na internet. Em meio a chutes e gritos, a mulher alegava que o “circo do coronavírus" era armado para "implantar uma ditadura comunista”.
 
Kallil Oliveira@kallilolv

 
Apoiadora de Bolsonaro descumpre decreto de quarentena e é presa pela guarda civil municipal de Araraquara interior de SP

De acordo com o coronel João Alberto Nogueira, a mulher foi abordada pelos guardas e se recusou a sair da Praça dos Advogados, localizada em uma região nobre da cidade. Por determinação de um decreto, o local está fechado para práticas esportivas e de lazer. "Foi pedido para ela se retirar e isso não aconteceu. Ela insistiu em ficar na praça e agrediu a guarda que fez a abordagem", afirma.

Depois da abordagem dos policiais, a mulher se exaltou e respondeu que era uma “pessoa livre”. “Aqui não é comunismo. Comunismo é lá na China, onde o PT está se afiliando. Esse circo de coronavírus não funciona comigo, armaram para implantar uma ditadura comunista”, gritava.
 
Após 20 minutos de uma tentativa de diálogo, ela teria resistido à abordagem, mordeu uma das guardas e foi presa, sendo levada ao plantão policial. Ao ser conduzida até o carro da Guarda Civil, a mulher bradava: “comunistas do caramba”.
 
Em entrevista ao portal A Cidade On, ela alegou que a Constituição garantia o direito de estar na praça."Estava caminhando sozinha para aumentar minha imunidade, me sentei para descansar e fui abordada. Cinco pessoas vieram me abordar e estava sufocada, me machucaram e  por isso acabei mordendo uma guarda. A Constituição me garante o direito de estar na praça", diz. Ela passaria por exame de corpo de delito.
 
Entenda
 
A Prefeitura de Araraquara decretou quarentena para conter o surto de coronavírus. Na cidade estão sendo realizadas diariamente operações para orientar os usuários dos principais parques e áreas de esportes e lazer.
 
O decreto municipal vedou o acesso da população aos equipamentos públicos, parques e praças municipais, bem como suspendeu os programas e atividades culturais e esportivas, proibindo assim qualquer ação que implique ou resulte em aglomeração de pessoas.
 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Murta