GREVE

Motoristas de aplicativo de todo o Brasil, incluindo de Belo Horizonte, organizam uma paralisação geral para o próximo domingo (15), dia de eleições municipais. A categoria se queixa da redução dos repasses por parte das empresas desde que novos serviços mais baratos começaram a ser ofertados.


Trata-se de uma mobilização espontânea dos motoristas diante de prejuízos causados pela redução dos repasses. Além de BH, há paralisaçõpes marcadas também para São Paulo, Brasília, Curitiba e diversas cidades de Santa Catarina.


"As plataformas já fizeram uma alteração que diminuiu nosso repasse de 20 a 30%. Estão ligadas aos serviços UberPromo e 99Poupa, em que o usuário paga 30% menos, mas quem paga isso não é a empresa, é o motorista. Isso aconteceu sem nenhum tipo de acordo", esclarece Paulo Xavier, presidente da Frente de Apoio Nacional aos Motoristas Autônomos (Fanma).
 
Segundo relatos de colegas de Xavier, há motoristas que chegaram a ter prejuízo em corridas por conta da redução no repasse. "Nosso custo médio de R$ 0,80 por km rodado. Com a redução, nosso repasse está sendo, em média, R$ 1 por km rodado. Tem gente que está tirando R$ 0,50, pagando para rodar", completa.

greveaplicativo.jpeg

Panfleto de divulgação do ato(foto: Divulgação)

 
 
Vale lembrar que não haverá nenhuma manifestação física, como carreatas, passeatas ou encontros. O ato dos motoristas consistirá em "ficar offline". A escolha pela data aconteceu para chamar maior atenção de políticos e da sociedade como um todo.


"Esperamos uma adesão grande em Belo Horizonte e em todos os estados. Estamos todos bem indignados com essa situação", conclui Xavier.


Em nota, a 99 informou que está aberta ao diálogo com motoristas e que acompanha a mobilização. Esclareceu que a remuneração na plataforma leva em conta a distância percorrida e tempo de deslocamento, além de uma tarifa base mínima e que "pratica as menores taxas do setor".


Lembra, ainda, que direcionou esforços e recursos para promover ações de prevenção aos motoristas e passageiros e na geração de demanda para ampliar ganhos, como a doação de R$ 4 milhões em corridas aos governos de dezendas de cidades do Brasil.


A Uber também foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou sobre o assunto.
 
 
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira