Animais eram mantidos em condições insalubres
A Polícia Militar Ambiental e o Instituto Luisa Mell resgataram mais de 100 cães, gatos e aves que eram vítimas de maus-tratos em um canil clandestino na Vila Jacuí, zona leste de São Paulo, na tarde desta quarta-feira, 28. Vários animais viviam em condições insalubres e estavam presos em gaiolas, caixas e no interior de móveis.
"Nunca vi nada tão terrível, tinha cachorro dentro de armário, dentro de aquário, em gavetas", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo a ativista e apresentadora de TV Luisa Mell, fundadora da organização não governamental (ONG) que leva seu nome. "É um filme de terror que não acaba."
Segundo a ativista, araras e papagaios silvestres foram encontrados com sinais de estresse provocados por má alimentação Alguns estavam sem penas.
Luisa explicou que o instituto recebeu uma ligação da Polícia Ambiental solicitando ajuda para resgatar os animais, já que a corporação não tem viaturas e equipamentos suficientes para o trabalho. "Mesmo nós estamos tendo que pegar os cães aos poucos, porque não tivemos tempo de preparar a equipe", disse Luisa.
No fim da tarde desta quarta, a ativista ainda estava no canil. A retirada dos animais foi prejudicada pela forte chuva que atingiu a capital paulista. Eles estão sendo levados à sede do Instituto Luisa Mell, em Ribeirão Pires, no ABC Paulista.
Como o trabalho de remoção não foi finalizado, ainda não houve a contagem oficial do número de aves, cães e gatos resgatados. "Certamente foram mais de 100", estimou Luisa.
Em setembro, a Polícia Civil e a ONG resgataram 135 cães em Osasco, na Grande São Paulo. Os animais tinham marcas de espancamento e tortura. No local, os investigadores encontraram ainda nove cachorros mortos. A moradora do imóvel, uma idosa de 70 anos, foi levada pela polícia a uma delegacia.
Em suas redes sociais, a ativista publicou imagens do resgate na zona leste e pediu ajuda de seus seguidores para receber doações e custear a recuperação dos animais. A ONG disponibilizou três contas bancárias para quem quiser contribuir: Banco do Brasil, agência 1817-1, conta corrente 120.000-3; Bradesco, agência 1974, conta corrente 288-7; e Itaú, agência 0772, conta corrente 09021-3.
Procurada, a polícia não informou se prendeu ou localizou os responsáveis pelo canil.