Uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela que 73,9% dos juízes do Brasil consideram que sua remuneração é inadequada. O 2º Censo do Poder Judiciário, cujo relatório parcial foi divulgado no site do CNJ nesta terça-feira (19), também aponta que quatro em cada cinco juízes ou desembargadores brasileiros acreditam que têm uma carga de trabalho maior do que a ideal.

No que diz respeito à "adequação da remuneração ao trabalho que executam", 39,6% dos entrevistados afirmaram "discordar totalmente", enquanto outros 34,3% expressaram somente discordância, totalizando 73,9%. Por outro lado, 22% "concordaram" ou "concordaram totalmente" (4,1%), de acordo com o documento do CNJ.

A única área da magistratura em que mais da metade dos integrantes acredita que os valores recebidos são suficientes é a Justiça Militar, com 51,7% concordando e 13,8% concordando totalmente. Em contraste, a maior insatisfação ocorre na Justiça do Trabalho, com 60,7% discordando totalmente e 29,2% discordando. Isso significa que nove em cada dez magistrados trabalhistas acreditam que deveriam receber uma remuneração maior.

Quando questionados sobre a "adequação do volume de trabalho à jornada regular de trabalho", 47,2% dos juízes e desembargadores discordaram totalmente, e 32,5% discordaram, totalizando 79,7%. Apenas 15,5% concordaram, enquanto 4,8% concordaram totalmente.

Mais uma vez, a visão mais positiva é encontrada na Justiça Militar, onde apenas 20,7% dos participantes da pesquisa acreditam, total ou parcialmente, que o volume de trabalho é inadequado. No entanto, nas outras esferas do Judiciário, a percepção é mais equilibrada.

Um outro documento recentemente divulgado pelo CNJ, no início de setembro, fornece informações sobre a remuneração dos magistrados no país. De acordo com o relatório "Justiça em números", cada juiz ou desembargador custa, em média, R$ 69,8 mil por mês aos tribunais. Esse valor equivale a 52 vezes o salário mínimo do país atual, que é de R$ 1.320.