array(31) {
["id"]=>
int(174903)
["title"]=>
string(69) "Ler ensina empatia a crianças, diz presidente da Biblioteca Nacional"
["content"]=>
string(10936) "Dia Nacional do Livro
O Dia Nacional do Livro, comemorado no Brasil nesta quarta-feira (29), pode ser uma oportunidade para estimular a leitura já a partir da infância, contribuindo para o desenvolvimento da pessoa. É o que afirma o presidente da Biblioteca Nacional (BN), Marco Lucchesi.
“Sem dúvida alguma, a infância que começa com esse impacto de leitura acaba lendo o mundo dos livros e lê o livro do mundo. São duas descobertas que se complementam mutuamente. A criança vai criando dentro dela viagens para outros mundos, possibilidades de exercício de liberdade, de imaginação, de criatividade, e, particularmente também, de empatia".
"A criança começa a compreender que existem outras formas de vida, outras organizações de mundo, outras formas de afeto distintas ou que recuperam como espelho o que aquela criança vive em sua casa. Mas, sobretudo, ela dá essa empatia”.
Em entrevista à Agência Brasil, Lucchesi lembra que o Dia do Livro no Brasil é comemorado em 29 de outubro por ser o aniversário de fundação da Biblioteca Nacional.
"São 215 anos de grandes aventuras, de grandes resultados para o país, de uma política da memória que atravessa inúmeras gerações. E cada uma imprime uma direção nessa mesma política”, afirma. "O livro significa um grau de expansão da sensibilidade da criança, da imaginação, do intelecto e do espírito. É para um adulto melhor que a leitura orienta, para um adulto mais generoso, mais fraterno que a leitura abre portas e janelas com muita beleza”.
Incentivo à leitura
Com esse objetivo, a Fundação Biblioteca Nacional reforça a atuação da Casa da Leitura, aberta em 1993, que visa à formação de leitores e a garantir acesso democrático à literatura, destinada em especial ao público infantil e juvenil. A unidade funciona na Rua Pereira da Silva, 86, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.
“A Casa da Leitura tem um papel fundamental diante dos desafios de criar novas vozes, ampliando o lugar dessas crianças e adolescentes”, indicou Marco Lucchesi.
Esse olhar estratégico da BN foi ampliado na semana passada com a inauguração de uma biblioteca em âmbito hospitalar, sob a coordenação da instituição. O pioneiro foi o Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), da Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo Lucchesi, a ideia é instaurar a biblioterapia, ou seja, trabalhar o livro como grande terapia, não só para as crianças neurodiversas, mas também para os acompanhantes e equipes médicas.
“Nós vamos continuar trabalhando com essa meta de hospitais, porque queremos abrandar a espera para todo mundo. A gente quer humanizar esses espaços com o projeto dessas bibliotecas, sempre com a curadoria da BN”.
Outra ação na área socioeducativa deverá ser lançada pela Biblioteca Nacional em fevereiro do próximo ano, com objetivo de levar livros a adolescentes privados de liberdade. Lucchesi destacou que as crianças estão em toda parte e o exercício da leitura não é só levar a leitura às pessoas, mas aprender com as pessoas como elas podem ler.
Potencialização
Para o professor Godofredo de Oliveira Neto, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), o livro potencializa a cognição da criança e a conduz para um mundo mais humanista. Daí, a importância dessa data para sublinhar a importância do livro para a criança para, mais tarde, ter uma visão mais crítica e competente das coisas, inclusive da política e da ciência.
“Só pelo fato de o livro servir como material didático e paradidático nas escolas do Brasil inteiro, isso já mostra a importância do livro. Não é um capricho, é algo fundamental”, diz o imortal, que lembrou também que o livro em papel não morreu. “Ao contrário, ele consegue sobreviver ao lado do e-book, do livro digital”.
Oliveira Neto cita a experiência da Suécia, que tinha abolido o livro impresso e voltou atrás em sua decisão.
"Então, os livros de conhecimento geral, de história, geografia, matemática, português, ciências humanas e sociais são fundamentais para a sustentação da criança no mundo", defendeu.
Sobre a literatura de ficção, o professor acrescenta que é positiva a experiência, em sala de aula, de ler com as crianças e constatar que a criação de outro mundo pelo autor ou autora coincide com histórias criadas pelas próprias crianças.
“É algo fascinante. Assim, elas mergulham no mundo literário e passam a gostar de ler. De novo, não é apenas um capricho, mas é algo fundamental para sua constituição no mundo. Acho fundamental essa data e a valorização do livro”, concluiu Oliveira Neto.
O presidente da ABL, Merval Pereira, acrescentou que o Dia Nacional do Livro “é um dia para celebrar o poder transformador da leitura em nossas vidas, uma oportunidade de incentivo do amor pelos livros e da valorização da literatura.
"Com o livro, as crianças exploram imaginação e habilidades. Ao ler, aprendem a reconhecer a importância do diálogo e da inclusão, valores cruciais para a vida moderna. Como formadores de opinião, devemos promover e facilitar o acesso aos livros a todos, desde os primeiros anos de vida. E encorajá-los a encontrar os vários mundos que existem dentro dos livros”.
Sabor especial
Na avaliação do professor Hubert Alqueres, vice-presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) e vice-presidente de Operações da Câmara Brasileira de Livros (CBL), o dia 29 de outubro é uma data muito importante para os brasileiros celebrarem a leitura, os autores, as editoras, os livreiros, professores e, acima de tudo, os leitores.
Este ano, a data tem um sabor ainda mais especial, porque o Rio de Janeiro foi escolhido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Capital Mundial do Livro. “É a primeira cidade de língua portuguesa a receber essa distinção”, destacou.
“Para as crianças, a leitura ajuda a formar o vocabulário, o raciocínio, a sensibilidade, a criatividade. Acho que, para os jovens, ela amplia mundos, dá referências culturais, desenvolve o senso crítico. E, para quem está mais velho ou atravessando momentos difíceis de saúde, o livro é, muitas vezes, uma grande companhia”.
Também curador do Prêmio Jabuti, Alqueres comentou que é muito importante, no Dia Nacional do Livro, que se discuta essas políticas públicas cada vez melhores e mais efetivas para conquistar os leitores, englobando crianças, jovens e adultos, do ponto de vista da educação e da cultura.
Promovido pela CBL, o Prêmio Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil. Criado em 1959 pelo então presidente da CBL, Edgard Cavalheiro, o prêmio foi idealizado para premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros de maior destaque a cada ano.
"
["author"]=>
string(24) "Minas1 / Agência Brasil"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(631871)
["filename"]=>
string(12) "dialivro.jpg"
["size"]=>
string(5) "56696"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(4) "bbb/"
}
["image_caption"]=>
string(163) " Livro infantil mais procurado na biblioteca comunitária Atelier das Palavras, no morro da Mangueira, zona norte do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(66) "Dia Nacional do Livro é comemorado nesta quarta (29)
"
["author_slug"]=>
string(21) "minas1-agencia-brasil"
["views"]=>
int(91)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(true)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(67) "ler-ensina-empatia-a-criancas-diz-presidente-da-biblioteca-nacional"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(460)
["name"]=>
string(6) "Brasil"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(6) "brasil"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(460)
["name"]=>
string(6) "Brasil"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(6) "brasil"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2025-10-29 14:29:12.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2025-10-29 14:29:12.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2025-10-29T14:20:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(16) "bbb/dialivro.jpg"
}
Dia Nacional do Livro
O Dia Nacional do Livro, comemorado no Brasil nesta quarta-feira (29), pode ser uma oportunidade para estimular a leitura já a partir da infância, contribuindo para o desenvolvimento da pessoa. É o que afirma o presidente da Biblioteca Nacional (BN), Marco Lucchesi.
“Sem dúvida alguma, a infância que começa com esse impacto de leitura acaba lendo o mundo dos livros e lê o livro do mundo. São duas descobertas que se complementam mutuamente. A criança vai criando dentro dela viagens para outros mundos, possibilidades de exercício de liberdade, de imaginação, de criatividade, e, particularmente também, de empatia".
"A criança começa a compreender que existem outras formas de vida, outras organizações de mundo, outras formas de afeto distintas ou que recuperam como espelho o que aquela criança vive em sua casa. Mas, sobretudo, ela dá essa empatia”.
Em entrevista à Agência Brasil, Lucchesi lembra que o Dia do Livro no Brasil é comemorado em 29 de outubro por ser o aniversário de fundação da Biblioteca Nacional.
"São 215 anos de grandes aventuras, de grandes resultados para o país, de uma política da memória que atravessa inúmeras gerações. E cada uma imprime uma direção nessa mesma política”, afirma. "O livro significa um grau de expansão da sensibilidade da criança, da imaginação, do intelecto e do espírito. É para um adulto melhor que a leitura orienta, para um adulto mais generoso, mais fraterno que a leitura abre portas e janelas com muita beleza”.
Incentivo à leitura
Com esse objetivo, a Fundação Biblioteca Nacional reforça a atuação da Casa da Leitura, aberta em 1993, que visa à formação de leitores e a garantir acesso democrático à literatura, destinada em especial ao público infantil e juvenil. A unidade funciona na Rua Pereira da Silva, 86, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.
“A Casa da Leitura tem um papel fundamental diante dos desafios de criar novas vozes, ampliando o lugar dessas crianças e adolescentes”, indicou Marco Lucchesi.
Esse olhar estratégico da BN foi ampliado na semana passada com a inauguração de uma biblioteca em âmbito hospitalar, sob a coordenação da instituição. O pioneiro foi o Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), da Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo Lucchesi, a ideia é instaurar a biblioterapia, ou seja, trabalhar o livro como grande terapia, não só para as crianças neurodiversas, mas também para os acompanhantes e equipes médicas.
“Nós vamos continuar trabalhando com essa meta de hospitais, porque queremos abrandar a espera para todo mundo. A gente quer humanizar esses espaços com o projeto dessas bibliotecas, sempre com a curadoria da BN”.
Outra ação na área socioeducativa deverá ser lançada pela Biblioteca Nacional em fevereiro do próximo ano, com objetivo de levar livros a adolescentes privados de liberdade. Lucchesi destacou que as crianças estão em toda parte e o exercício da leitura não é só levar a leitura às pessoas, mas aprender com as pessoas como elas podem ler.
Potencialização
Para o professor Godofredo de Oliveira Neto, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), o livro potencializa a cognição da criança e a conduz para um mundo mais humanista. Daí, a importância dessa data para sublinhar a importância do livro para a criança para, mais tarde, ter uma visão mais crítica e competente das coisas, inclusive da política e da ciência.
“Só pelo fato de o livro servir como material didático e paradidático nas escolas do Brasil inteiro, isso já mostra a importância do livro. Não é um capricho, é algo fundamental”, diz o imortal, que lembrou também que o livro em papel não morreu. “Ao contrário, ele consegue sobreviver ao lado do e-book, do livro digital”.
Oliveira Neto cita a experiência da Suécia, que tinha abolido o livro impresso e voltou atrás em sua decisão.
"Então, os livros de conhecimento geral, de história, geografia, matemática, português, ciências humanas e sociais são fundamentais para a sustentação da criança no mundo", defendeu.
Sobre a literatura de ficção, o professor acrescenta que é positiva a experiência, em sala de aula, de ler com as crianças e constatar que a criação de outro mundo pelo autor ou autora coincide com histórias criadas pelas próprias crianças.
“É algo fascinante. Assim, elas mergulham no mundo literário e passam a gostar de ler. De novo, não é apenas um capricho, mas é algo fundamental para sua constituição no mundo. Acho fundamental essa data e a valorização do livro”, concluiu Oliveira Neto.
O presidente da ABL, Merval Pereira, acrescentou que o Dia Nacional do Livro “é um dia para celebrar o poder transformador da leitura em nossas vidas, uma oportunidade de incentivo do amor pelos livros e da valorização da literatura.
"Com o livro, as crianças exploram imaginação e habilidades. Ao ler, aprendem a reconhecer a importância do diálogo e da inclusão, valores cruciais para a vida moderna. Como formadores de opinião, devemos promover e facilitar o acesso aos livros a todos, desde os primeiros anos de vida. E encorajá-los a encontrar os vários mundos que existem dentro dos livros”.
Sabor especial
Na avaliação do professor Hubert Alqueres, vice-presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) e vice-presidente de Operações da Câmara Brasileira de Livros (CBL), o dia 29 de outubro é uma data muito importante para os brasileiros celebrarem a leitura, os autores, as editoras, os livreiros, professores e, acima de tudo, os leitores.
Este ano, a data tem um sabor ainda mais especial, porque o Rio de Janeiro foi escolhido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Capital Mundial do Livro. “É a primeira cidade de língua portuguesa a receber essa distinção”, destacou.
“Para as crianças, a leitura ajuda a formar o vocabulário, o raciocínio, a sensibilidade, a criatividade. Acho que, para os jovens, ela amplia mundos, dá referências culturais, desenvolve o senso crítico. E, para quem está mais velho ou atravessando momentos difíceis de saúde, o livro é, muitas vezes, uma grande companhia”.
Também curador do Prêmio Jabuti, Alqueres comentou que é muito importante, no Dia Nacional do Livro, que se discuta essas políticas públicas cada vez melhores e mais efetivas para conquistar os leitores, englobando crianças, jovens e adultos, do ponto de vista da educação e da cultura.
Promovido pela CBL, o Prêmio Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil. Criado em 1959 pelo então presidente da CBL, Edgard Cavalheiro, o prêmio foi idealizado para premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros de maior destaque a cada ano.