APERTO
Passageiro de dois metros de altura não conseguiu efetuar troca de assento em viagem internacional
A volta de Renato Parisi, de 36 anos, da Itália para o Brasil não foi nada fácil. No dia 20 de novembro o jornalista partiu rumo à Itália em uma viagem a trabalho, na ida não teve problemas e conseguiu o assento próximo a saída de emergência do avião. Mas na volta passou por um aperto...
Renato tem dois metros de altura e, por isso, precisa de mais espaço - nos assentos padrões, suas pernas não cabem entre as fileiras das poltronas. "Não consegui fazer o check-in online, novamente. Cheguei ao aeroporto e me dirigi ao guichê de atendimento da Iberia, companhia aérea pela qual estava viajando. A atendente foi super solícita e alterou o meu assento para o de emergência", contou o jornalista.
Na primeiro trecho do voo — de Milão até Madri —, o assento estava correto. No entanto, ao entrar no voo de Madri para Guarulhos (SP) o assento 37H não correspondia ao mais próximo à saída de emergência, e sim o 36H. Renato chamou a comissária de bordo e explicou o ocorrido. "Falei com a aeromoça e ela disse que veria o que poderia ser feito", disse. Os passageiros ainda estavam embarcando no avião e, enquanto Renato aguardava um retorno, conversou também com a chefe de cabine.
"As portas do avião fecharam e ainda não tinham uma resposta. Um comissário de bordo me pediu para sentar, pois o avião já ia decolar. Nesse momento pedi que chamassem a chefe de cabine, que me disse que, infelizmente, nada poderia ser feito", afirmou Parisi.
Ainda de acordo com o jornalista, como ele não tinha alternativa e havia pedido que uma das funcionárias da Iberia solicitasse a troca de lugar com outro passageiro, ele sugeriu que ficasse em pé durante o voo desde que os avisos de atar cintos não estivessem acesos ou que fosse momento de pouso ou decolagem. "A contragosto elas aceitaram", contou.
Parisi ficou em pé cerca de três horas e ainda assistiu à dois filmes em pé, totalizando mais de cinco horas fora de seu assento. "Cerca de um quarto da viagem permaneci sentado pois o aviso de atar cintos estava aceso. Foram dez horas e quarenta minutos de voo", disse.
Durante as horas finais de viagem, Renato permaneceu sentado. "Só cabia em minha cadeira quando o passageiro da frente não estava com sua cadeira inclinada, e, mesmo assim, ou ficava com os joelhos esmagados ou então com as pernas completamente para fora, atrapalhando o movimento dentro da aeronave", contou o jornalista.
Depois do pouso, na hora de levantar, as pernas falharam e Renato sentiu uma fincada na região da lombar. "Tentei levantar três vezes e as pernas cediam, era como se elas não respondessem ao meu comando, quase caí no corredor do avião", disse.
O jornalista ainda conta que uma cadeira de rodas foi solicitada para sua saída da aeronave. "Eu tive que sair de cadeira de rodas e fui encaminhado ao médico", afirmou indignado.
No consultório, a avaliação do médico era que Parisi deveria estar com um espasmo no pescoço ou lombar e que por isso as pernas estavam fracas. Ele deveria repousar e tomar um medicamento na veia, além de uma injeção para aliviar a dor.
"Foi só depois de medicado e de ficar um bom tempo no médico que consegui andar normalmente, mas agora, 12 horas depois, o efeito dos medicamentos está passando e a dor voltando", afirmou Renato.
"Não quero que outras pessoas passem por isso, é padrão relocar quem é mais alto ou que não cabe no assento normal para as poltronas próximas à saída de emergência", disse o jornalista.
A falta de iniciativa e de esforço das comissárias de bordo para solucionar o problema foi o que mais assustou Parisi. "Eu sou uma pessoa mais alta, não vou ocupar lugares reservados à pessoas que realmente precisam, mas nós também não podemos deixar de reinvindicar àquilo que temos direito e sobre situações que podem trazer prejuízos, especialmente à saúde", afirmou.
A reportagem tentou entrar em contato com as Linhas Aéreas Iberia, mas não obteve sucesso.
Assista o vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=aVHDdmmK9IE