Brasília - O IBGE divulgou indicadores que escancaram a gravidade dos problemas sociais que Jair Bolsonaro vai encontrar quando assumir o governo. Na Síntese de Indicadores Sociais (SIS), o que se destaca é a desigualdade perversa da renda, educação, habitação e mercado de trabalho. Número de pobres, segundo classificação do Banco Mundial, deu um salto de 2 milhões de pessoas em 2017.
A reportagem do jornal Valor detalha o relatório: "o SIS mostrou que os dois anos de recessão de 2015 e 2016 e a fraca saída da crise em 2017 tiveram impacto bastante negativo na vida da população. O número de pobres, assim considerados os que têm menos de US$ 5,50 para viver por dia, conforme classificação do Banco Mundial, ou R$ 406 por mês, aumentou em 1,97 milhão de pessoas em 2017, ou 3,7%, passando de 52,8 milhões para 54,8 milhões. O grupo representa 26,5% da população e está concentrado no Nordeste, onde vivem 44,8% dos pobres do país, somando 25,5 milhões de pessoas. Já o número de pessoas na extrema pobreza, com renda inferior a US$ 1,90 por dia, ou R$ 140 por mês, aumentou mais, 12,6%, passando de 13,5 milhões em 2016 para 15,2 milhões de pessoas em 2017, de 6,6% para 7,4% da população do país."
E particulariza os dados: "algumas peculiaridades tornam esse quadro mais severo. O percentual de crianças e adolescentes até 14 anos pobres passou de 42,9% para 43,5%; e a quantidade na pobreza extrema saltou 10% para 12,5%, que corresponde a 470 mil crianças a mais, totalizando 5,253 milhões. Vivendo com fome, problemas de saúde e de moradia, muito provavelmente a criança terá que começar a trabalhar cedo para complementar a renda da família e dificilmente poderá se dedicar aos estudos de modo regular."