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string(5833) "Um vídeo que circula nas redes sociais desde a noite de segunda-feira (1º/6) chocou os brasilienses. As imagens mostram um policial militar agredindo um homem negro, aparentemente em situação de rua, com um cassetete e pedradas, em Planaltina. O caso aconteceu em meio a várias manifestações no mundo contra o racismo, após o americano George Floyd ser morto asfixiado por um policial em Minneapolis, em Minnesota, nos Estados Unidos.
Em Planaltina, a cena foi gravada no estacionamento de um supermercado. Dois policiais desceram da viatura e começaram a seguir o homem. Ele estava sem camisa e foi atingido com o cassetete, pelo menos, quatro vezes nas costas e caiu no chão. O grito de dor e as falas “eu não fiz nada de errado” comoveram na internet. As imagens foram gravadas por uma pessoa que passava no local.
Por meio de nota oficial, a Polícia Militar informou que foi acionada pela população para atender inúmeras denúncias de perturbação da tranquilidade e da ordem pública naquele local. “Conforme as imagens divulgadas, os policiais foram até o local para atender a mais um chamado de perturbação e o final da ação foi registrada conforme o vídeo. Não há que se falar em atitude racista, mas de excesso na ação policial”, diz o texto.
A corporação ressalta que os policiais serão ouvidos, no devido processo disciplinar/criminal, pela Corregedoria, para verificar as circunstâncias do fato e que todo o excesso será apurado com o rigor que o caso requer.
Nas redes sociais, a corporação emitiu uma nota sobre o caso dizendo que não compactua com desvios de conduta e afirmou que a ação não se tratou de racismo. “Somos uma instituição bicentenária multiétnica e consciente da sua responsabilidade junto à sociedade. Os policiais do vídeo estão na corregedoria e nada será impune aos rigores da lei”, diz o texto.
O tweet da PM incluiu ainda a hashtag #allLivesMatters, que significa “todas as vidas importam”. Internautas lembraram que a frase vem de um movimento que confronta a hashtag #BlackLivesMatter, que diz “as vidas negras importam” e é usado para ressaltar a forma como o racismo coloca mais a vida dos negros em perigo.
Correio Braziliense
✔@correio
“Podia ser eu”
O supermercado onde ficava o morador de rua estava cheio e muitas pessoas presenciaram o ataque, mas relataram medo em intervir. “Tinha muita família, muita criança vendo tudo. Mas eu mesmo fiquei paralisado, porque se fosse lá e confrontasse, podia ser eu apanhando. É um sentimento de impotência muito grande”, desabafou uma pessoa ouvida pelo Correio que não quis se identificar.
Ela conta que estava no estacionamento e viu a agressão do começo. “O morador de rua estava apenas sentado, era um flanelinha que ficava por ali. Uma amiga minha disse que passou por ele, ele pediu moeda normalmente, tranquilo e atencioso. Mas parece que o policial ficou com raiva por alguma coisa que ele falou e jogou spray de pimenta nele, que estava rendido”, relata.
O spray foi a primeira agressão, segundo testemunhas. “Deram quatro cacetadas no morador de rua e ainda jogaram uma pedra quando ele estava tentando correr”, conta. Os ataques de cacetete e a pedrada foram registrados em vídeo.
O teor racial das agressões foi contestado pela PM, mas avaliado por quem presenciou. “Poderia ser meu avô, meu tio, porque todos somos negros. Isso aconteceu em um momento muito significativo, por toda mobilização contra a morte de George Floyd e pelo menino João Pedro. As pessoas precisam ver que isso acontece em todo lugar, como aconteceu em Planaltina”, afirmou.
Morto asfixiado
A morte do americano George Floyd em Minnesota, nos Estados Unidos, tem causado comoção mundial nos últimos dias. Ele foi morto asfixiado por um policial branco, que derrubou o rapaz e ajoelhou em cima do pescoço dele enquanto o enforcava por 5 minutos. O crime aconteceu em 25 de maio.
No outro dia, quatro policiais foram demitidos devido à morte de Floyd. A família da vítima denunciou uso "excessivo e desumano" de força contra ele, e acusou a polícia de racismo. "Todos os quatro policiais de Minneapolis envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos", escreveu no Twitter o prefeito, Jacob Frey, ao considerar a demissão uma "boa decisão".
Desde a morte do americano, vários protestos, intitulado Vidas Negras Importam têm tomado as ruas pelo mundo. Artistas também têm se pronunciado nas redes sociais no combate ao racismo.
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Em Planaltina, a cena foi gravada no estacionamento de um supermercado. Dois policiais desceram da viatura e começaram a seguir o homem. Ele estava sem camisa e foi atingido com o cassetete, pelo menos, quatro vezes nas costas e caiu no chão. O grito de dor e as falas “eu não fiz nada de errado” comoveram na internet. As imagens foram gravadas por uma pessoa que passava no local.
Por meio de nota oficial, a Polícia Militar informou que foi acionada pela população para atender inúmeras denúncias de perturbação da tranquilidade e da ordem pública naquele local. “Conforme as imagens divulgadas, os policiais foram até o local para atender a mais um chamado de perturbação e o final da ação foi registrada conforme o vídeo. Não há que se falar em atitude racista, mas de excesso na ação policial”, diz o texto.
A corporação ressalta que os policiais serão ouvidos, no devido processo disciplinar/criminal, pela Corregedoria, para verificar as circunstâncias do fato e que todo o excesso será apurado com o rigor que o caso requer.
Nas redes sociais, a corporação emitiu uma nota sobre o caso dizendo que não compactua com desvios de conduta e afirmou que a ação não se tratou de racismo. “Somos uma instituição bicentenária multiétnica e consciente da sua responsabilidade junto à sociedade. Os policiais do vídeo estão na corregedoria e nada será impune aos rigores da lei”, diz o texto.
O tweet da PM incluiu ainda a hashtag #allLivesMatters, que significa “todas as vidas importam”. Internautas lembraram que a frase vem de um movimento que confronta a hashtag #BlackLivesMatter, que diz “as vidas negras importam” e é usado para ressaltar a forma como o racismo coloca mais a vida dos negros em perigo.
Correio Braziliense
✔@correio
“Podia ser eu”
O supermercado onde ficava o morador de rua estava cheio e muitas pessoas presenciaram o ataque, mas relataram medo em intervir. “Tinha muita família, muita criança vendo tudo. Mas eu mesmo fiquei paralisado, porque se fosse lá e confrontasse, podia ser eu apanhando. É um sentimento de impotência muito grande”, desabafou uma pessoa ouvida pelo Correio que não quis se identificar.
Ela conta que estava no estacionamento e viu a agressão do começo. “O morador de rua estava apenas sentado, era um flanelinha que ficava por ali. Uma amiga minha disse que passou por ele, ele pediu moeda normalmente, tranquilo e atencioso. Mas parece que o policial ficou com raiva por alguma coisa que ele falou e jogou spray de pimenta nele, que estava rendido”, relata.
O spray foi a primeira agressão, segundo testemunhas. “Deram quatro cacetadas no morador de rua e ainda jogaram uma pedra quando ele estava tentando correr”, conta. Os ataques de cacetete e a pedrada foram registrados em vídeo.
O teor racial das agressões foi contestado pela PM, mas avaliado por quem presenciou. “Poderia ser meu avô, meu tio, porque todos somos negros. Isso aconteceu em um momento muito significativo, por toda mobilização contra a morte de George Floyd e pelo menino João Pedro. As pessoas precisam ver que isso acontece em todo lugar, como aconteceu em Planaltina”, afirmou.
Morto asfixiado
A morte do americano George Floyd em Minnesota, nos Estados Unidos, tem causado comoção mundial nos últimos dias. Ele foi morto asfixiado por um policial branco, que derrubou o rapaz e ajoelhou em cima do pescoço dele enquanto o enforcava por 5 minutos. O crime aconteceu em 25 de maio.
No outro dia, quatro policiais foram demitidos devido à morte de Floyd. A família da vítima denunciou uso "excessivo e desumano" de força contra ele, e acusou a polícia de racismo. "Todos os quatro policiais de Minneapolis envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos", escreveu no Twitter o prefeito, Jacob Frey, ao considerar a demissão uma "boa decisão".
Desde a morte do americano, vários protestos, intitulado Vidas Negras Importam têm tomado as ruas pelo mundo. Artistas também têm se pronunciado nas redes sociais no combate ao racismo.