São Paulo - "Mártir não, mas perseguido sim, pois até tiros deram contra a sua caravana pelo Sul", afirma o religioso Frei Betto, 73, que foi assessor especial do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e coordenador de mobilização social do programa Fome Zero, em 2003 e em 2004
"Não é todo dia que um metalúrgico sem curso superior chega a presidente de um país de mais de 100 milhões de habitantes, é reeleito, deixa o governo com 87% de aprovação e ainda elege e reelege um mulher, Dilma Rousseff, que jamais havia se candidatado a cargo público", disse ele ao site Uol.
Sobre o processo do triplex no Guarujá (SP), o religioso reforçou que o "próprio promotor chegou a dizer que não havia provas, havia convicções. Sem dúvida uma parcela conservadora da sociedade brasileira quer impedir a qualquer custo que Lula seja de novo presidente da República".
Frei Betto disse não term um golpe, ao comentar a pressão de generais frente ao Judiciário antes do julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal, que ocorre na última quarta-feira (4). Ao justificar sua posição, ele afirma que "já vivemos em regime de exceção, sob o governo golpista de [Michel] Temer [MDB], cercado por notórios corruptos e covarde frente aos pronunciamentos anticonstitucionais de generais da ativa e da reserva, que nem sequer são advertidos".