Familiares dos detentos que foram mortos na terça-feira (10) durante uma ação frustrada de fuga do Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará, no nordeste do estado, foram até o Instituto Médico Legal (IML) em Belém para reconhecer os corpos e aguardar a liberação. A perícia faz a identificação por meio de impressão digital.
Dos 21 corpos, dez foram levados para Belém e 11, incluindo o do agente penitenciário, estão no IML em Castanhal. Além dos mortos, quatro servidores ainda continuam internados. Os agentes prisionais Daniel Lobato, Robson Nazareno e Edson Oliveira passaram por cirurgia e apresentam quadro estável; já o agente Rosivaldo Silva passou por exames e está em observação. Todos os demais agentes já foram liberados e passam bem. O número de presos feridos ainda não foi informado.
Os mortos são um agente penitenciário, Guardiano Sanatana de 57 anos, e 20 pessoas entre presos suspeitos de tentar invadir o presídio para apoiar a fuga, segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). O caso ocorre um dia após uma série de 12 assassinatos na Grande Belém. A Secretaria de Segurança Pública (Segup) disse não haver relação entre os dois episódios.
Em fevereiro, a unidade prisional tinha 52% mais presos do que a capacidade: havia 660 detentos para 432 vagas, afirma o CNJ. As condições da prisão são "péssimas" e "inaceitáveis" para um presídio de segurança máxima.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) informou em nota que está acompanhando as contagens de segurança dos detentos. Informações sobre o caso são atualizadas a todo momento, segundo a Segup, que vai emitir boletim atualizado no fim desta manhã.
Tentativa de fuga
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) não confirma fuga de presos até o momento.
Segundo a Segup, um grupo fortemente armado tentou invadir a prisão por volta das 13h de terça-feira (10) para dar apoio à fuga dos presos. Foram utilizados explosivos contra um dos muros do solário do Pavilhão C na tentativa de resgate. Além disso, detentos também tinham armas dentro do presídio, segundo a secretaria.
Após o uso de explosivos no Pavilhão C houve "intensa troca de tiros" entre agentes do batalhão penitenciário, parte dos presos que tentavam fugir e o grupo que tentou invadir o presídio, diz a secretaria. No total, cinco armas foram apreendidas no local, sendo 2 fuzis, uma carabina ponto 30 e duas pistolas ponto 40.