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O goiano de Catalão (GO) Luiz Gustavo Pereira e Silva, 25 anos, foi aprovado para estudar medicina pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), com bolsa de 100%. A vaga foi conquistada no Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), em Palmas (TO).
O jovem passou mais de seis anos conciliando estudos e trabalho em busca da porta de entrada para se tornar médico.
De família humilde, o ex-aluno de escola pública trabalhou como garçom, balconista de farmácia e fazia bicos enquanto estudava para vestibulares.
O estudante realizou uma campanha on-line para bancar os custos da mudança para o Tocantins. A vaquinha virtual viralizou na internet e muitas pessoas doaram para ajudar o jovem a dar mais um passo em direção ao sonho de ser médico. A meta de Luiz Gustavo era arrecadar R$ 5 mil, mas o total arrecadado num site de financiamento coletivo chegou a mais de R$ 27 mil.
Jovem tem trajetória de persistência e superação
Em 2010, quando ainda cursava o ensino médio no Colégio Estadual Anice Cecílio Pedreiro, Luiz Gustavo conseguiu o primeiro emprego. Graças ao Centro de Convivência do Pequeno Aprendiz (CCPA), começou a ajudar nas despesas da família. Ele mora com a mãe, desempregada que ajuda a cuidar da avó acamada, o padrasto e a irmã, de 24 anos.
Depois, o jovem conseguiu bolsa em um curso técnico em mecânica no no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e um estágio.
“A maioria da gente que é de escola pública tem a mentalidade de sair do 3º ano e arrumar um serviço. No 2º ano consegui uma bolsa de ensino técnico no Senai. De manhã, eu fazia o estágio; de tarde, o curso; e, de noite, fazia o ensino médio.”
Após terminar o curso técnico, Luiz Gustavo começou a fazer cursinho no Colégio Aprov., e se dedicar aos estudos para a aprovação em medicina, mas dificuldades apareceram, e ele recebeu ajuda.
“Eu me matriculei num cursinho noturno. Nessa época, meu avô adoeceu e, em menos de um mês, eu não conseguia manter o cursinho. Cheguei para cancelar e a irmã do do dono, que mexia com a parte administrativa, foi conversando comigo e disse que, se eu quisesse continuar, ela veria o que poderia fazer por mim.”
Visto como aluno dedicado, o jovem conseguiu bolsa no Colégio Aprov e estudou por mais de um ano recebendo os mesmos materiais que os alunos pagantes. “Estudei um ano e meio e paguei só uma mensalidade. Eu me dedicava ao máximo, chegava no cursinho 20 minutos antes das 7h e saía às 22h ou às 22h30.”
Durante o tempo em que fazia o cursinho presencial, Luiz só podia trabalhar aos sábados e domingos, mas o dinheiro que ganhava como garçom aos fins de semana não era suficiente para suprir todas as despesas e comprar comida. “Eu lembro que, às vezes, dava 22h e eu estava lá estudando. Uma coordenadora me dava um lanche ou pedia para a moça que vendia no intervalo deixar um para mim.”
As seleções para medicina nem sempre são acessíveis às pessoas de baixa renda. “Fui fazer um vestibular em Uberlândia e cheguei a vender o telefone para poder pagar a inscrição. O pessoal parou para comer, o povo estava comendo e eu não tinha dinheiro pra comprar uma água. Um colega, que emprestava o computador para eu poder estudar, pagou o lanche para mim”, relata o estudante, em tom de agradecimento.
Luiz Gustavo passou a fazer cursinhos on-line, que são mais baratos e têm horário flexível, assim poderia trabalhar mais para pagar as contas em casa. A rotina era pesada, trabalhava como podia, garçom, balconista de farmácia e o que mais fosse possível.
“Tinha época em que eu estudava de 10 a 12 horas por dia e sei que isso fez muito mal”, lembra. Em 2020, o goiano começou a pensar em desistir do grande sonho, mas uma professora indicou uma psicóloga, que o ajudou a lidar com a pressão.
Luiz Gustavo contou que, a cada ano, uma fase diferente e difícil se iniciava. Ele levava uma vida diferente da de muitos vestibulandos. “Muita gente tinha preocupação em estudar e passar e eu tinha que ter preocupação com comida, tinha preocupação se na próxima semana eu ia estar trabalhando para ajudar em casa.”
A cada três boletos de energia atrasados e um pago, a Enel, distribuidora de energia de Goiás, cortava o fornecimento de luz para a casa onde Luiz Gustavo morava com a mãe, o pai e a irmã.
No Instagram, o post comemorando a aprovação e pedindo ajuda financeira alcançou mais de 273 mil curtidas e 18 mil comentários. Um incentivo a mais para que ele comece o curso com toda a dedicação.
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O jovem passou mais de seis anos conciliando estudos e trabalho em busca da porta de entrada para se tornar médico.
De família humilde, o ex-aluno de escola pública trabalhou como garçom, balconista de farmácia e fazia bicos enquanto estudava para vestibulares.
O estudante realizou uma campanha on-line para bancar os custos da mudança para o Tocantins. A vaquinha virtual viralizou na internet e muitas pessoas doaram para ajudar o jovem a dar mais um passo em direção ao sonho de ser médico. A meta de Luiz Gustavo era arrecadar R$ 5 mil, mas o total arrecadado num site de financiamento coletivo chegou a mais de R$ 27 mil.
Jovem tem trajetória de persistência e superação
Em 2010, quando ainda cursava o ensino médio no Colégio Estadual Anice Cecílio Pedreiro, Luiz Gustavo conseguiu o primeiro emprego. Graças ao Centro de Convivência do Pequeno Aprendiz (CCPA), começou a ajudar nas despesas da família. Ele mora com a mãe, desempregada que ajuda a cuidar da avó acamada, o padrasto e a irmã, de 24 anos.
Depois, o jovem conseguiu bolsa em um curso técnico em mecânica no no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e um estágio.
“A maioria da gente que é de escola pública tem a mentalidade de sair do 3º ano e arrumar um serviço. No 2º ano consegui uma bolsa de ensino técnico no Senai. De manhã, eu fazia o estágio; de tarde, o curso; e, de noite, fazia o ensino médio.”
Após terminar o curso técnico, Luiz Gustavo começou a fazer cursinho no Colégio Aprov., e se dedicar aos estudos para a aprovação em medicina, mas dificuldades apareceram, e ele recebeu ajuda.
“Eu me matriculei num cursinho noturno. Nessa época, meu avô adoeceu e, em menos de um mês, eu não conseguia manter o cursinho. Cheguei para cancelar e a irmã do do dono, que mexia com a parte administrativa, foi conversando comigo e disse que, se eu quisesse continuar, ela veria o que poderia fazer por mim.”
Visto como aluno dedicado, o jovem conseguiu bolsa no Colégio Aprov e estudou por mais de um ano recebendo os mesmos materiais que os alunos pagantes. “Estudei um ano e meio e paguei só uma mensalidade. Eu me dedicava ao máximo, chegava no cursinho 20 minutos antes das 7h e saía às 22h ou às 22h30.”
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As seleções para medicina nem sempre são acessíveis às pessoas de baixa renda. “Fui fazer um vestibular em Uberlândia e cheguei a vender o telefone para poder pagar a inscrição. O pessoal parou para comer, o povo estava comendo e eu não tinha dinheiro pra comprar uma água. Um colega, que emprestava o computador para eu poder estudar, pagou o lanche para mim”, relata o estudante, em tom de agradecimento.
Luiz Gustavo passou a fazer cursinhos on-line, que são mais baratos e têm horário flexível, assim poderia trabalhar mais para pagar as contas em casa. A rotina era pesada, trabalhava como podia, garçom, balconista de farmácia e o que mais fosse possível.
“Tinha época em que eu estudava de 10 a 12 horas por dia e sei que isso fez muito mal”, lembra. Em 2020, o goiano começou a pensar em desistir do grande sonho, mas uma professora indicou uma psicóloga, que o ajudou a lidar com a pressão.
Luiz Gustavo contou que, a cada ano, uma fase diferente e difícil se iniciava. Ele levava uma vida diferente da de muitos vestibulandos. “Muita gente tinha preocupação em estudar e passar e eu tinha que ter preocupação com comida, tinha preocupação se na próxima semana eu ia estar trabalhando para ajudar em casa.”
A cada três boletos de energia atrasados e um pago, a Enel, distribuidora de energia de Goiás, cortava o fornecimento de luz para a casa onde Luiz Gustavo morava com a mãe, o pai e a irmã.
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