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Ainda que distantes dos epicentros de contágio da Covid-19 no Brasil, os povos da floresta se encontram tão ou mais ameaçados que o resto da população.
Neste domingo (19), quando se celebra no país o Dia do Índio, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde, registrou 27 casos confirmados e três óbitos de indígenas em área rural.
Uma das vítimas era o ianomâmi Alvanei Xirixana, 15, morto por Covid-19 em Roraima na semana passada.
Os casos acedem o alerta vermelho e o temor de extermínio caso o novo coronavírus alcance comunidades isoladas e sem assistência médica-hospitalar.
Há aldeias cuja distância até o posto de saúde mais próximo leva dias para ser percorrida, daí a necessidade de informar os moradores sobre as medidas preventivas.
Na região do Rio Negro, os municípios não têm UTIs e respiradores mecânicos, o que obriga pacientes de casos graves a serem removidos para Manaus -uma distância de 1.000 km.
Já são mais de 1.800 casos de coronavírus confirmados no Amazonas -primeiro estado a ter o sistema de saúde colapsado- e quase 600 no Pará.
Na fronteira do Pará com o Amazonas, no município de Santarém (PA), está a sede da Saúde e Alegria, ONG que há três décadas promove o desenvolvimento comunitário na região com iniciativas de impacto local em saúde, economia, meio ambiente e educação.
Para fazer frente à pandemia, a Saúde e Alegria elaborou um plano com iniciativas voltadas à arrecadação e distribuição de recursos, equipamentos e alimentos.
Entre as ações já colocadas em prática, a ONG levou uma campanha de comunicação sobre prevenção às comunidades ribeirinhas. Foi preparado um conteúdo com linguagem acessível e contextualizado de acordo com a cultura local.
Para colocar em prática as ações emergenciais planejadas, a entidade precisa arrecadar cerca de R$ 1,5 milhão via parcerias e doações de pessoas físicas. Os projetos vão abastecer e proteger do contágio as 236 comunidades de Santarém -46 mil pessoas- e suas 32 Unidades Básicas de Saúde.
Um dos principais trabalhos da instituição, o Hospital Barco Abaré pretende intensificar ainda mais seus atendimentos às populações afastadas.
Com os recursos arrecadados, o hospital móvel será reformado para melhor atender, orientar e identificar grupos de risco do coronavírus a partir de 13 de maio, data da próxima saída do barco.
Para ajudar a Saúde e Alegria, basta transferir qualquer valor para Banco do Brasil / Agência: 0130-9 / C/C: 58087-2.
Para proteger as comunidades indígenas do Alto Rio Negro da pandemia, o Instituto Socioambiental (ISA) mobilizou a equipe baseada em São Gabriel da Cachoeira (AM) para a elaboração de cartilhas informativas nas línguas Baniwa, Dâw, Nheengatu e Tukano, a serem levadas para os territórios pelos profissionais de saúde do DSEI-ARN (Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro).
A ação está prevista no Plano de Contingência para Infecção Humana pelo novo Coronavírus em Povos Indígenas do DSEI-ARN, que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, com total de 30 mil indígenas atendidos.
Neste plano, os especialistas alertam que 10% dos aldeados são maiores de 60 anos, um dos grupos de risco da Covid-19. Ressaltam também o alto índice de morbidades ligadas à Influenza (gripe) e à pneumonia, além de doenças do aparelho respiratório e circulatório.
Os municípios do DSEI-ARN também receberão recursos emergenciais de R$ 70 milhões do Fundo de Fomento, Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas, segundo anunciado pelo governador Wilson Lima (PSC).
Em Rondônia, a Coordenação Regional da Funai em Cacoal entregou 430 cestas de alimentos a famílias indígenas em situação de vulnerabilidade social.
O objetivo é garantir sua segurança alimentar, já que estão confinados nas aldeias. Entre as etnias beneficiadas estão Cinta Larga, Apurinã, Paiter Surui, Kwaza e Sakyrabiat.
A distribuição foi feita em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Vilhena e a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, além de representantes da iniciativa privada.
Ao todo, as coordenações regionais do Norte e Nordeste já doaram 4.200 cestas básicas, segundo a Funai. Em nível nacional, a fundação promete distribuir mais 308 mil a famílias indígenas graças ao aporte de R$ 10,8 milhões recebido em 2 de abril.
A Kanindé contabiliza que, além das que já receberam doações, outras 15 mil famílias precisam de ajuda. A ONG está recebendo doações na sede da Kanindé -rua Dom Pedro II, 1892, sala 7 - Porto Velho, RO- e na Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí -rua Geraldo Cardoso Campos, 4343 - Cacoal, RO. São priorizados os itens de higiene pessoal e alimentos não perecíveis.
No Mato Grosso do Sul, a falta de EPIs (Equipamentos de proteção individual) como luvas, máscaras e jalecos para equipes da Divisão de Atenção à Saúde Indígena está prejudicando o combate à pandemia nas terras indígenas.
Por isso, o Ministério Público Federal lançou uma campanha de arrecadação direcionada a empresas e entidades que possam doar tais equipamentos, cuja escassez compromete o atendimento de mais de 70 mil pessoas no estado.
Doações
Aqueles que puderem contribuir devem entrar em contato com o MPF em Campo Grande, por meio do telefone (67) 3312-7200 e pelo e-mail prms-cojud@mpf.mp.br, solicitando contato com a Sala de Atendimento ao Cidadão e informando que se trata de uma campanha promovida pelo gabinete do 5º ofício.
A Comissão Guarani Yvyrupa está arrecadando dinheiro e comida para abastecer os povos indígenas do sudeste durante a pandemia. Os alimentos serão divididos entre as comunidades indígenas da região de acordo com a necessidade.
Doações podem ser feitas diretamente nos pontos de coleta da Comissão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais -veja orientações de higienização dos itens doados e lista completa com endereços dos pontos em yvyrupa.org.br.
Já contribuições financeiras podem ser feitas por transferência bancária para Comissão Guarani Yvyrupa / CNPJ: 21.860.239/0001-01 / Banco do Brasil / Agência 3560-2 / Conta corrente 25106-2.
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Para fazer frente à pandemia, a Saúde e Alegria elaborou um plano com iniciativas voltadas à arrecadação e distribuição de recursos, equipamentos e alimentos.
Entre as ações já colocadas em prática, a ONG levou uma campanha de comunicação sobre prevenção às comunidades ribeirinhas. Foi preparado um conteúdo com linguagem acessível e contextualizado de acordo com a cultura local.
Para colocar em prática as ações emergenciais planejadas, a entidade precisa arrecadar cerca de R$ 1,5 milhão via parcerias e doações de pessoas físicas. Os projetos vão abastecer e proteger do contágio as 236 comunidades de Santarém -46 mil pessoas- e suas 32 Unidades Básicas de Saúde.
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Aqueles que puderem contribuir devem entrar em contato com o MPF em Campo Grande, por meio do telefone (67) 3312-7200 e pelo e-mail prms-cojud@mpf.mp.br, solicitando contato com a Sala de Atendimento ao Cidadão e informando que se trata de uma campanha promovida pelo gabinete do 5º ofício.
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