Dario Messer, chamado de “doleiro dos doleiros”, mudou a versão do depoimento em que relatava o suposto pagamento de propina ao procurador Januário Paludo, que integrou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, após fechar uma delação premiada que o livrou temporariamente da prisão e assegurou o acesso a cerca de R$ 10 milhões em bens.  

Segundo reportagem do site The Intercept Brasil, a colaboração de Messer “foi assinada pela Lava Jato e homologada pela justiça – mas sem o trecho que levanta suspeitas contra um dos principais integrantes da força-tarefa paranaense”. Ainda conforme o Intercept, a suspeita de que Paludo teria recebido suborno para proteger Messer surgiu em 2005, por ocasião do caso Banestado, e está na primeira proposta de um acordo de delação premiada oferecida ao doleiro. 

“Na primeira versão de sua delação, ele disse que escapou dos investigadores graças a propinas. Depois, com os benefícios do acordo de delação garantidos, disse ter se enganado a respeito de Paludo”, destaca o texto da reportagem. A suspeita de que Paludo teria recebido propina nunca foi investigada pelo Ministério Público Federal (MPF). “Para a cúpula do órgão, bastou a explicação do procurador”, ressalta a reportagem.


O acordo que resultou na delação premiada do doleiro prevê o cumprimento de uma pena máxima de 18 anos e nove meses de prisão, não importando quantas vezes ele venha a ser condenado em processos no âmbito da Lava Jato.