array(31) {
["id"]=>
int(133250)
["title"]=>
string(41) "Disputa pelo Cristo vira caso de polícia"
["content"]=>
string(6883) "Uma disputa entre a Arquidiocese do Rio e o Ministério do Meio Ambiente foi parar na delegacia. Na segunda-feira, 13, a arquidiocese registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio. Acusava o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de intolerância religiosa. Segundo a queixa, o órgão federal teria, ilegalmente, impedido a passagem de religiosos rumo ao Santuário Cristo Redentor.
O santuário é composto pela estátua do Cristo Redentor - principal símbolo do Rio - e o seu entorno. O conjunto inclui o mirante e a capela de Nossa Senhora Aparecida, onde são celebrados batizados, casamento, missas e vigílias. Toda essa parte construída no topo do morro do Corcovado é mantida e administrada pela Arquidiocese do Rio, tendo como autoridade máxima o padre Omar Raposo, reitor do santuário.
Mas o morro e todo o santuário ficam no Parque Nacional da Tijuca, que é uma área de floresta administrada pelo ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente. O instituto tem o poder de controlar o fluxo de visitantes no lugar.
Os turistas têm duas formas de chegar ao monumento. Uma é pelo Trem do Corcovado; outra, por vans credenciadas pelo ICMBio. O transporte de trem custa de R$ 27 (para idosos a partir de 60 anos residentes no Brasil) a R$ 88 (bilhete comum para sábado, domingo ou feriado). A tarifa da van é de R$ 28,20 a R$ 91,40, conforme o ponto de embarque, o dia da semana e outros fatores.
Segundo a arquidiocese, nesse valor estão embutidas duas taxas, de transporte e de visitação, cobradas pelo órgão ambiental federal. Por lei, a administração de qualquer parque nacional pode cobrar taxas de seus visitantes. Nesse caso, o ICMBio só cobra de quem vai ao Cristo - a visita a qualquer outro ponto do Parque Nacional da Tijuca é gratuita.
Apesar de cobrar as taxas, segundo a arquidiocese o ICMBio não repassa nenhum valor à Igreja Católica, que diz arcar com as despesas de conservação do monumento. Além dos turistas, circulam pelas vias de acesso ao Cristo Redentor os religiosos responsáveis pelo santuário e seus eventuais convidados. Quando se promove um casamento, por exemplo, uma lista com nomes de todos os convidados é enviada previamente pelo santuário ao ICMBio, solicitando para eles a autorização de acesso.
No último sábado, porém, uma comitiva composta pelo padre Omar e pessoas que iriam participar de um batizado agendado para as 7h30 foi barrada por funcionários do ICMBio, que alegou não haver autorização para que seguissem adiante. O santuário divulgou nota, dizendo que, só nos primeiros 11 dias de setembro, religiosos ou funcionários haviam sido barrados três vezes.
Incidentes
Um incidente ocorreu em 2 de setembro. Funcionários de uma empresa que cuida da iluminação do monumento foram barrados. Iam iluminar o monumento de verde, em uma campanha pela doação de órgãos. Foram igualmente barrados veículos e funcionários da Secretaria de Saúde. No dia seguinte, convidados da arquidiocese foram também impedidos de chegar ao monumento, para uma celebração litúrgica e um café da manhã.
Em agosto houve outro problema. No dia 22, a fiscalização do Parque Nacional da Tijuca falhou ao não identificar turistas franceses que se esconderam na mata após o encerramento da visitação. Na manhã do dia 23, o monumento foi invadido por esses turistas, que arrombaram os cadeados da porta de acesso ao interior do monumento e subiram até a cabeça e os braços do Cristo, pondo em risco a própria vida.
A nota do santuário diz que "nos últimos meses, a postura dos seguranças do Parque Nacional da Tijuca tem sido hostil em relação ao padre Omar e aos funcionários". "O ICMBio tem a postura de relativizar a autoridade da Igreja, que cuida, com todo o zelo, do monumento ao Cristo Redentor."
Após o incidente de sábado, o ICMBio também divulgou uma nota. "Por questões de segurança dos frequentadores e conservação ambiental, todos os veículos que acessam as áreas restritas precisam se identificar. Eventualmente essa checagem pode levar um pouco mais de tempo, devido à quantidade de frequentadores." No domingo, o padre Omar foi ao Vaticano debater essa situação. Na segunda, a arquidiocese registrou o BO contra o ICMBio.
Procurados na terça-feira, nem ICMBio nem ministério quiseram se manifestar. O Estadão apurou que o ICMBio está proibido de falar a respeito - qualquer manifestação cabe ao ministério.
Lojas
Outra questão que opõe os dois lados são seis lojas situadas no entorno do Cristo. Nos anos 1930, a União cedeu à Igreja o domínio sobre a área onde estão os espaços de comércio. Desde a década de 1990, porém, as taxas pagas pelos lojistas ficam com a União. Em julho de 2019, entretanto, o ICMBio enviou comunicado aos lojistas. Deu prazo de 90 dias para que desocupassem os espaços.
Desde aquela época, vem sendo travada uma disputa judicial entre os lojistas e o ICMBio, mas os lojistas saíram. Atualmente todas as lojas estão vazias.
Resultado: para beber água ou fazer um lanche durante um passeio, os visitantes do Cristo precisam levar a própria água e comida. O banheiro mais próximo, que ficava em um restaurante, também está fechado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
"
["author"]=>
string(6) "Minas1"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(583925)
["filename"]=>
string(18) "cristoredentor.jpg"
["size"]=>
string(5) "48718"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(9) "marquivo/"
}
["image_caption"]=>
string(10) "© Reuters"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(78) "A Igreja Católica acusa a ICMBio de intolerância religiosa
"
["author_slug"]=>
string(6) "minas1"
["views"]=>
int(81)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(273)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(40) "disputa-pelo-cristo-vira-caso-de-policia"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(460)
["name"]=>
string(6) "Brasil"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(6) "brasil"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(460)
["name"]=>
string(6) "Brasil"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(6) "brasil"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-09-17 11:31:11.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2022-06-15 17:15:53.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2021-09-17T11:30:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(27) "marquivo/cristoredentor.jpg"
}
Uma disputa entre a Arquidiocese do Rio e o Ministério do Meio Ambiente foi parar na delegacia. Na segunda-feira, 13, a arquidiocese registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio. Acusava o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de intolerância religiosa. Segundo a queixa, o órgão federal teria, ilegalmente, impedido a passagem de religiosos rumo ao Santuário Cristo Redentor.
O santuário é composto pela estátua do Cristo Redentor - principal símbolo do Rio - e o seu entorno. O conjunto inclui o mirante e a capela de Nossa Senhora Aparecida, onde são celebrados batizados, casamento, missas e vigílias. Toda essa parte construída no topo do morro do Corcovado é mantida e administrada pela Arquidiocese do Rio, tendo como autoridade máxima o padre Omar Raposo, reitor do santuário.
Mas o morro e todo o santuário ficam no Parque Nacional da Tijuca, que é uma área de floresta administrada pelo ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente. O instituto tem o poder de controlar o fluxo de visitantes no lugar.
Os turistas têm duas formas de chegar ao monumento. Uma é pelo Trem do Corcovado; outra, por vans credenciadas pelo ICMBio. O transporte de trem custa de R$ 27 (para idosos a partir de 60 anos residentes no Brasil) a R$ 88 (bilhete comum para sábado, domingo ou feriado). A tarifa da van é de R$ 28,20 a R$ 91,40, conforme o ponto de embarque, o dia da semana e outros fatores.
Segundo a arquidiocese, nesse valor estão embutidas duas taxas, de transporte e de visitação, cobradas pelo órgão ambiental federal. Por lei, a administração de qualquer parque nacional pode cobrar taxas de seus visitantes. Nesse caso, o ICMBio só cobra de quem vai ao Cristo - a visita a qualquer outro ponto do Parque Nacional da Tijuca é gratuita.
Apesar de cobrar as taxas, segundo a arquidiocese o ICMBio não repassa nenhum valor à Igreja Católica, que diz arcar com as despesas de conservação do monumento. Além dos turistas, circulam pelas vias de acesso ao Cristo Redentor os religiosos responsáveis pelo santuário e seus eventuais convidados. Quando se promove um casamento, por exemplo, uma lista com nomes de todos os convidados é enviada previamente pelo santuário ao ICMBio, solicitando para eles a autorização de acesso.
No último sábado, porém, uma comitiva composta pelo padre Omar e pessoas que iriam participar de um batizado agendado para as 7h30 foi barrada por funcionários do ICMBio, que alegou não haver autorização para que seguissem adiante. O santuário divulgou nota, dizendo que, só nos primeiros 11 dias de setembro, religiosos ou funcionários haviam sido barrados três vezes.
Incidentes
Um incidente ocorreu em 2 de setembro. Funcionários de uma empresa que cuida da iluminação do monumento foram barrados. Iam iluminar o monumento de verde, em uma campanha pela doação de órgãos. Foram igualmente barrados veículos e funcionários da Secretaria de Saúde. No dia seguinte, convidados da arquidiocese foram também impedidos de chegar ao monumento, para uma celebração litúrgica e um café da manhã.
Em agosto houve outro problema. No dia 22, a fiscalização do Parque Nacional da Tijuca falhou ao não identificar turistas franceses que se esconderam na mata após o encerramento da visitação. Na manhã do dia 23, o monumento foi invadido por esses turistas, que arrombaram os cadeados da porta de acesso ao interior do monumento e subiram até a cabeça e os braços do Cristo, pondo em risco a própria vida.
A nota do santuário diz que "nos últimos meses, a postura dos seguranças do Parque Nacional da Tijuca tem sido hostil em relação ao padre Omar e aos funcionários". "O ICMBio tem a postura de relativizar a autoridade da Igreja, que cuida, com todo o zelo, do monumento ao Cristo Redentor."
Após o incidente de sábado, o ICMBio também divulgou uma nota. "Por questões de segurança dos frequentadores e conservação ambiental, todos os veículos que acessam as áreas restritas precisam se identificar. Eventualmente essa checagem pode levar um pouco mais de tempo, devido à quantidade de frequentadores." No domingo, o padre Omar foi ao Vaticano debater essa situação. Na segunda, a arquidiocese registrou o BO contra o ICMBio.
Procurados na terça-feira, nem ICMBio nem ministério quiseram se manifestar. O Estadão apurou que o ICMBio está proibido de falar a respeito - qualquer manifestação cabe ao ministério.
Lojas
Outra questão que opõe os dois lados são seis lojas situadas no entorno do Cristo. Nos anos 1930, a União cedeu à Igreja o domínio sobre a área onde estão os espaços de comércio. Desde a década de 1990, porém, as taxas pagas pelos lojistas ficam com a União. Em julho de 2019, entretanto, o ICMBio enviou comunicado aos lojistas. Deu prazo de 90 dias para que desocupassem os espaços.
Desde aquela época, vem sendo travada uma disputa judicial entre os lojistas e o ICMBio, mas os lojistas saíram. Atualmente todas as lojas estão vazias.
Resultado: para beber água ou fazer um lanche durante um passeio, os visitantes do Cristo precisam levar a própria água e comida. O banheiro mais próximo, que ficava em um restaurante, também está fechado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.