Fonte: Brasil247 - A ação de robôs, perfis fakes e militantes profissionais nas discussões envolvendo o presidente Jair Bolsonaro foi reduzida significativamente, mostram dados extraídos do Twitter pela empresa de análises AP/Exata. No auge da repercussão sobre o caso Queiroz, na última quinta-feira, o número de posts feitos por esse tipo de usuário na rede social caiu 40% em relação ao segundo turno presidencial; o escândalo também fez com que os sentimentos negativos associados ao tema atingissem um patamar mais elevado que o normal.
De acordo com o estudo da AP/Exata, feito com uma amostra de tweets geolocalizados em 145 cidades monitoradas pelos pesquisadores, fakes, robôs e perfis militantes fizeram 3.157 postagens sobre a decisão do ministro Luiz Fux, do STF, de suspender as investigações sobre o caso Queiroz. Os dados foram captados entre as 16h de quinta e as 16h desta sexta-feira, período em que os termos "Queiroz" e "Flávio Bolsonaro" tiveram expressiva repercussão na rede social. O número é 40% menor do que o captado com a mesma amostra nas 24 horas anteriores ao fim da votação do segundo turno, quando foram registrados 5.204 tweets.
Segundo Sergio Denicoli, diretor da AP/Exata e pós-doutor em comunicação digital, os dados revelam que parte da rede montada para influenciar artificialmente as discussões nas redes sociais durante a campanha foi desmobilizada, embora parte dela tenha sido reativada com a repercussão do caso Queiroz - na primeira semana de dezembro, a queda chegou a 73%.
— Quando há uma crise, como é o caso Queiroz, esses robôs aparecem novamente. Claro que não no volume da eleição, mas eles voltam s operar. Claro que aí há gente pró-Bolsonaro, mas também há do PT e de outros partidos — pondera.
Entre os usuários reais, a repercussão do escândalo envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro tem sido amplamente negativa, e provocado desgaste para o governo nas redes sociais. Segundo a AP/Exata, o caso Queiroz pela primeira vez fez com que os comentários negativos associados o bolsonarismo fossem significativamente mais numerosos do que os positivos. Isso pode afetar a popularidade do governo, avalia Sergio Denicoli.
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