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Na região metropolitana de Salvador, a cidade de Lauro de Freitas não é exatamente um grande polo cervejeiro do país. Mas é do município no litoral norte baiano que veio uma notícia que o setor celebra: o registro da milésima fábrica de cerveja no Brasil no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A dona do número de quatro dígitos é a Cervejaria Artesanal Mascarenhas, uma fábrica-bar com produção de 3.000 litros por mês.
"Cerca de 30% fica no bar, o resto distribuímos para outras cidades da Bahia e Sergipe", diz o fundador Antonio Luiz Mascarenhas Ramos Jr., ex-profissional de TI que, como muitos, começou a fazer cervejas como hobby e transformou a diversão em negócio.
Essas pequenas marcas são as principais responsáveis pelo crescimento no setor, avalia Carlo Lapolli, presidente da Abracerva (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal). "[As pequenas marcas] ganharam notoriedade, espaço de gôndola e conquistaram o consumidor", afirma.
O ano de 2018 já representava o melhor em novas fábricas, com 210 aberturas, fechando o ano em 889. Isso significa que 2019 tem tudo para ser melhor ainda, com 111 novidades em apenas 150 dias, ou uma fábrica a cada 32 horas e meia aproximadamente (ou duas a cada três dias).
Para se ter uma ideia do boom dos últimos anos, em 1999 o país contava com 192 fábricas. Dez anos depois, o número saltou para modestos 255.
De 2014 para cá, no entanto, mais de cem novas fábricas são abertas por ano. Segundo Lapolli, o crescimento reflete a apuração do gosto do consumidor. "Até pouco tempo atrás, o brasileiro tinha apenas uma imagem, da bebida estupidamente gelada. Hoje a busca por itens diferenciados aumentou e o mercado começou a ver a cerveja artesanal com um potencial até então não explorado", comemora.
Outra novata entre as cervejarias, a paulista Startup Brewing funciona como fábrica e aceleradora para outras marcas menores e já produz 70 mil litros por mês, já com capacidade de expansão. Para André Franken, sócio da empresa, o mercado ainda está longe de seu ápice. "Os Estados Unidos têm 7.000 independentes. O público brasileiro ainda está aprendendo a beber cerveja, e está ficando mais exigente", diz.
"Mas o poder aquisitivo do brasileiro não é alto e os cervejeiros precisam se conscientizar disso. Não adianta fazer a melhor cerveja do mundo se ninguém puder pagar." Uma de suas marcas, a UX Brew acaba de lançar a First Steps, uma New England IPA com adição de coco. "A proposta é trazer uma experiência diferenciada para o usuário", afirma Franken.
Mesmo quem está há bastante tempo nesse mercado vê com bons olhos a chegada de novas marcas às gôndolas. "Nosso principal concorrente ainda é o universo de cervejas comerciais, que tem preços muito inferiores", afirma Adilson Altrão, diretor-executivo da Schornstein, marca de Pomerode (SC), que iniciou as operações em 2006 (quando o Brasil tinha 226 cervejarias) com 10 mil litros por mês.
Hoje chega a 180 mil litros, com São Paulo e Santa Catarina como principais mercados. O fato de chegar a mil fábricas cervejeiras "traz implicações por espaços no ponto de venda, mas é a afirmação da força do segmento e da cultura cervejeira, alterando o padrão de consumo", complementa Altrão.
Ele diz que o segmento ainda tem muito a crescer, "pois ainda representa muito pouco do que pode vir a alcançar".
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"Cerca de 30% fica no bar, o resto distribuímos para outras cidades da Bahia e Sergipe", diz o fundador Antonio Luiz Mascarenhas Ramos Jr., ex-profissional de TI que, como muitos, começou a fazer cervejas como hobby e transformou a diversão em negócio.
Essas pequenas marcas são as principais responsáveis pelo crescimento no setor, avalia Carlo Lapolli, presidente da Abracerva (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal). "[As pequenas marcas] ganharam notoriedade, espaço de gôndola e conquistaram o consumidor", afirma.
O ano de 2018 já representava o melhor em novas fábricas, com 210 aberturas, fechando o ano em 889. Isso significa que 2019 tem tudo para ser melhor ainda, com 111 novidades em apenas 150 dias, ou uma fábrica a cada 32 horas e meia aproximadamente (ou duas a cada três dias).
Para se ter uma ideia do boom dos últimos anos, em 1999 o país contava com 192 fábricas. Dez anos depois, o número saltou para modestos 255.
De 2014 para cá, no entanto, mais de cem novas fábricas são abertas por ano. Segundo Lapolli, o crescimento reflete a apuração do gosto do consumidor. "Até pouco tempo atrás, o brasileiro tinha apenas uma imagem, da bebida estupidamente gelada. Hoje a busca por itens diferenciados aumentou e o mercado começou a ver a cerveja artesanal com um potencial até então não explorado", comemora.
Outra novata entre as cervejarias, a paulista Startup Brewing funciona como fábrica e aceleradora para outras marcas menores e já produz 70 mil litros por mês, já com capacidade de expansão. Para André Franken, sócio da empresa, o mercado ainda está longe de seu ápice. "Os Estados Unidos têm 7.000 independentes. O público brasileiro ainda está aprendendo a beber cerveja, e está ficando mais exigente", diz.
"Mas o poder aquisitivo do brasileiro não é alto e os cervejeiros precisam se conscientizar disso. Não adianta fazer a melhor cerveja do mundo se ninguém puder pagar." Uma de suas marcas, a UX Brew acaba de lançar a First Steps, uma New England IPA com adição de coco. "A proposta é trazer uma experiência diferenciada para o usuário", afirma Franken.
Mesmo quem está há bastante tempo nesse mercado vê com bons olhos a chegada de novas marcas às gôndolas. "Nosso principal concorrente ainda é o universo de cervejas comerciais, que tem preços muito inferiores", afirma Adilson Altrão, diretor-executivo da Schornstein, marca de Pomerode (SC), que iniciou as operações em 2006 (quando o Brasil tinha 226 cervejarias) com 10 mil litros por mês.
Hoje chega a 180 mil litros, com São Paulo e Santa Catarina como principais mercados. O fato de chegar a mil fábricas cervejeiras "traz implicações por espaços no ponto de venda, mas é a afirmação da força do segmento e da cultura cervejeira, alterando o padrão de consumo", complementa Altrão.
Ele diz que o segmento ainda tem muito a crescer, "pois ainda representa muito pouco do que pode vir a alcançar".