Grupo de 5 mil pessoas se reuniu, na manhã deste domingo (13), no Marco Zero
Por:Alice de Souza - Diario de Pernambuco
Para pedir mais segurança nas cidades e estradas, melhor infraestrutura cicloviária e mais respeito no trânsito, uma multidão levou suas bicicletas ao Bairro do Recife, na manhã deste domingo. Cerca de 5 mil ciclistas se uniram para protestar e cobrar o poder público por soluções eficientes que garantam tanto a prática do ciclismo como esporte de aventura como o uso das bikes como modal de deslocamento. De acordo com os organizadores do movimento, pelo menos seis ciclistas perderam a vida no estado, desde dezembro do ano passado, em função do desrespeito ao direito de pedalar.
O grupo se reuniu no Marco Zero, por volta das 7h, e saiu em direção ao Palácio do Campo das Princesas, onde entregou um ofício cobrando medidas e um abaixo-assinado a representantes do governo do Estado. De acordo com a cerimonialista Taciane Dias, 33 anos, uma das organizadoras do protesto, desde dezembro morreram ciclistas atropelados nas cidades de São Bento do Una, Ribeirão, Petrolina, Garanhuns e no Recife. “Esse ato é um grito de socorro. Em cima da bicicleta vai uma vida, as pessoas precisam entender que fazemos parte do trânsito. Que queremos o direito de ir e vir com os motoristas nos respeitando”, explicou.
Taciane já sentiu a pele os efeitos do desrespeito aos ciclistas. “Em novembro, um motociclista embriagado bateu de frente comigo, durante uma trilha em Aldeia, e me deixou 20 dias de cama”, contou. A queixa de imprudência, por parte dos condutores de veículos motorizados, também foi feita pelo bombeiro civil Alan Silva, 25 anos. Integrante do grupo C e C Bike, ele diz que na última quinta-feira um conhecido foi vítima de um acidente. “Estávamos pedalando com um grupo quando um motorista num companheiro. Graças a Deus não aconteceu nada grave, mas é um exemplo do que vem acontecendo. São muitos acidentes envolvendo ciclistas. A gente quer mais respeito no trânsito”, disse.
Alan Silva reclamou da falta de segurança no trânsito e também na cidade. Segundo ele, é muito comum que os ciclistas tenham as bicicletas furtadas durante os passeios. “A gente fica com medo”, disse. O barbeiro Felipe Douglas, 30 anos, veio ao Recife com um grupo de 44 pessoas para participar do protesto. Segundo ele, que faz parte do grupo Pedala Serra e costuma realizar passeios ciclísticos em Gravatá e na região, o clima de insegurança também acontece fora da capital. “Queremos sensibilizar e mostrar que a gente não tem espaço, não tem estrutura. Principalmente no interior, de onde nós somos”, contou ele.
O protesto teve como tema “Em cima de uma bike vai uma vida” e foi encerrado por volta das 10h30. O grupo percorreu o Cais José Estelita, o viaduto Capitão Temudo e as Avenida Agamenon Magalhães e João de Barros antes de chegar ao palácio. “O comandante-geral nos recebeu e disse que iria encaminhar nosso ofício à Casa Civil. Ficaremos aguardando um posicionamento”, afirmou Taciane. Também foi realizado, de forma simultânea, um protesto em Petrolina, no Sertão.
A última morte de um ciclista no trânsito teria sido a do idoso José Firmino de Souza, 72 anos. Ele foi atingido por uma carreta, no bairro do Bongi, no Recife, quando se preparava para fazer uma curva. Um dia depois do fato, a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) publicou comentário na sua página no Facebook também reclamando da frequência desse tipo de ocorrência. “O motorista não teve o devido cuidado com a vida que ali transitava, o poder público não tem o cuidado com a segurança das vias (sua responsabilidade com o comportamento perigoso dos motoristas) e a mídia continua tratando os casos como meeros acidentes”, trazia parte do texto.
A demanda por maior segurança e infraestrutura para os ciclistas é uma demanda antiga no Recife. A Região Metropolitana do Recife tem um Plano Diretor Cicloviário, ainda da época do governador Eduardo Campos, com a promessa de entregar até 2024 uma rede com 590km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Procurada pela reportagem, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) informou que, atualmente, existem cerca de 57 km de rotas cicláveis no Recife, sendo 33 km implantados a partir de 2014, todas em consonância com o plano.
Os projetos implantados levam em conta as diretrizes do PDC, que prioriza o atendimento aos bairros que abrigam polos de interesse público, como parques, praças, mercados públicos e terminais de ônibus. O órgão informou que realizou a implementação, no ano passado, de três espaços: Compaz Ariano Suassuna (650 m), Estrada do Bongi (2,66 km) e Setúbal (4,5 km). E garantiu que mantém o planejamento para instalar novas rotas cicláveis, mas sem detalhar prazos nem locais.
O grupo se reuniu no Marco Zero, por volta das 7h, e saiu em direção ao Palácio do Campo das Princesas, onde entregou um ofício cobrando medidas e um abaixo-assinado a representantes do governo do Estado. De acordo com a cerimonialista Taciane Dias, 33 anos, uma das organizadoras do protesto, desde dezembro morreram ciclistas atropelados nas cidades de São Bento do Una, Ribeirão, Petrolina, Garanhuns e no Recife. “Esse ato é um grito de socorro. Em cima da bicicleta vai uma vida, as pessoas precisam entender que fazemos parte do trânsito. Que queremos o direito de ir e vir com os motoristas nos respeitando”, explicou.
Taciane já sentiu a pele os efeitos do desrespeito aos ciclistas. “Em novembro, um motociclista embriagado bateu de frente comigo, durante uma trilha em Aldeia, e me deixou 20 dias de cama”, contou. A queixa de imprudência, por parte dos condutores de veículos motorizados, também foi feita pelo bombeiro civil Alan Silva, 25 anos. Integrante do grupo C e C Bike, ele diz que na última quinta-feira um conhecido foi vítima de um acidente. “Estávamos pedalando com um grupo quando um motorista num companheiro. Graças a Deus não aconteceu nada grave, mas é um exemplo do que vem acontecendo. São muitos acidentes envolvendo ciclistas. A gente quer mais respeito no trânsito”, disse.
Alan Silva reclamou da falta de segurança no trânsito e também na cidade. Segundo ele, é muito comum que os ciclistas tenham as bicicletas furtadas durante os passeios. “A gente fica com medo”, disse. O barbeiro Felipe Douglas, 30 anos, veio ao Recife com um grupo de 44 pessoas para participar do protesto. Segundo ele, que faz parte do grupo Pedala Serra e costuma realizar passeios ciclísticos em Gravatá e na região, o clima de insegurança também acontece fora da capital. “Queremos sensibilizar e mostrar que a gente não tem espaço, não tem estrutura. Principalmente no interior, de onde nós somos”, contou ele.
O protesto teve como tema “Em cima de uma bike vai uma vida” e foi encerrado por volta das 10h30. O grupo percorreu o Cais José Estelita, o viaduto Capitão Temudo e as Avenida Agamenon Magalhães e João de Barros antes de chegar ao palácio. “O comandante-geral nos recebeu e disse que iria encaminhar nosso ofício à Casa Civil. Ficaremos aguardando um posicionamento”, afirmou Taciane. Também foi realizado, de forma simultânea, um protesto em Petrolina, no Sertão.
A última morte de um ciclista no trânsito teria sido a do idoso José Firmino de Souza, 72 anos. Ele foi atingido por uma carreta, no bairro do Bongi, no Recife, quando se preparava para fazer uma curva. Um dia depois do fato, a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) publicou comentário na sua página no Facebook também reclamando da frequência desse tipo de ocorrência. “O motorista não teve o devido cuidado com a vida que ali transitava, o poder público não tem o cuidado com a segurança das vias (sua responsabilidade com o comportamento perigoso dos motoristas) e a mídia continua tratando os casos como meeros acidentes”, trazia parte do texto.
A demanda por maior segurança e infraestrutura para os ciclistas é uma demanda antiga no Recife. A Região Metropolitana do Recife tem um Plano Diretor Cicloviário, ainda da época do governador Eduardo Campos, com a promessa de entregar até 2024 uma rede com 590km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Procurada pela reportagem, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) informou que, atualmente, existem cerca de 57 km de rotas cicláveis no Recife, sendo 33 km implantados a partir de 2014, todas em consonância com o plano.
Os projetos implantados levam em conta as diretrizes do PDC, que prioriza o atendimento aos bairros que abrigam polos de interesse público, como parques, praças, mercados públicos e terminais de ônibus. O órgão informou que realizou a implementação, no ano passado, de três espaços: Compaz Ariano Suassuna (650 m), Estrada do Bongi (2,66 km) e Setúbal (4,5 km). E garantiu que mantém o planejamento para instalar novas rotas cicláveis, mas sem detalhar prazos nem locais.