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O fórum de desenvolvimento social European Development Days (EDD19), que será realizado em Bruxelas (Bélgica) nos próximos dias 18 e 19, contará com a participação de uma brasileira de 15 anos. Samila Ferreira mora na comunidade Parque Santa Maria, na região Ancuri, em Fortaleza, e coordenou projeto-piloto com mais nove jovens sobre discriminação contra crianças e adolescentes. A pesquisa teve o apoio da organização não governamental (ONG) World Vision Internacional e do Brasil.
Por meio de questionários e entrevistas feitos na comunidade e na escola, o estudo identificou as discriminações que mais causam violência contra crianças e adolescentes nos dois ambientes. "A conclusão é que as discriminações que mais ocorrem são racismo, desigualdade de gênero, a questão da aparência, aí incluídas pessoas que têm características afrodescendentes", disse Samila à Agência Brasil. Outras discriminações encontradas dizem respeito a pessoas LGBT, classe social, machismo. "As crianças que mais sofrem discriminação são pobres e muitas são negras", completou a adolescente. Em relação ao machismo, destacou que as meninas não participam muito das atividades. "São excluídas".
Samila vai representar o país no evento, organizado pela Comissão Europeia, a metodologia Monitoramento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP ), criada pela ONG Visão Mundial para monitoramento de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, esporte e lazer, que prepara adolescentes e jovens para liderar processos políticos em suas comunidades, visando a garantir a efetivação de direitos. "Vou contar como foi a minha experiência. Como me senti entrevistando as crianças e os adolescentes. Vou falar o que a gente descobriu". Samila confia que os jovens podem criar métodos para evitar e reduzir essas discriminações. "Com certeza, a gente pode fazer campanhas, buscar coisas para fazer a diferença e reduzir essas desigualdades".
Como é menor de idade, Samila foi acompanhada na viagem ao exterior por Clarice Ziller, assessora de "advocacy" (defesa e argumentação em favor de uma causa) e de relações internacionais da ONG Visão Mundial. Elas viajaram sexta-feira (14) para a Bélgica. O retorno a Fortaleza está previsto para o dia 21.
Políticas públicas
O encontro reúne líderes, influenciadores, pesquisadores e estudantes do mundo inteiro e de todas as idades para partilhar ideias e experiências, de forma a inspirar novas parcerias e soluções inovadoras para os desafios urgentes do mundo. É o principal fórum de desenvolvimento social da Europa. Reúne representantes de mais de 150 países e mais de 100 líderes mundiais. Este ano, a linha principal do encontro é "Abordar as desigualdades: Construir um mundo que não deixa ninguém para trás".
Clarice Ziller disse que os jovens sempre trabalharam nessa questão para identificar, dentro das comunidades, as políticas públicas que precisam de atenção, que precisam ser implementadas. A metodologia MJPOP faz parte de um projeto maior da World Vision Internacional, que é o Child-Led Research (Jovens Investigadores), selecionado para participar do EDD19. Samila integra o projeto e vai apresentar sua pesquisa para cerca de 5 mil pessoas.
A assessora afirmou ainda que a partir das conclusões do estudo, os jovens vão poder analisar quais são as políticas públicas, onde precisa haver ação do governo local, e até nacional, para reverter o quadro identificado de discriminações. "É apontar a situação e, agora, buscar soluções para ela". A ONG está presente em100 países, dedicando-se à proteção da criança e do adolescente. Atua no Brasil há 44 anos.
Samila, ao centro, rodeada de amigas / Divulgação
Jovens líderes
Além de Samila, a organização não governamental está levando para o fórum de desenvolvimento social em Bruxelas mais duas meninas: Serafina, de Gana, e Theodora, da Romênia, que também fazem parte do movimento que a Visão Mundial chama de Jovens Líderes, projeto que inclui jovens de 15 a 18 anos. Clarice informou que os projetos-piloto desenvolvidos pelos jovens líderes e que serão apresentados no evento podem ser aprimorados e transformados em metodologias. Em Gana, o tema abordado foi gravidez na adolescência - abuso sexual e, na Romênia, foi violência na mídia. O Brasil é o sexto país a implementar o projeto Child-Led Research, com o tema discriminação.
De acordo com informação com a ONG Visão Mundial, o principal aspecto considerado na seleção do jovem líder para participar do fórum foi a existência de um projeto de pesquisa liderado por crianças. Na Área Integrada de Segurança 3 (AIS 3), que inclui o bairro Ancuri, onde Samila mora, foram registrados, no ano passado, 167 crimes letais intencionais, o que corresponde a 65,2 homicídios para cada 100 mil habitantes, praticamente o dobro do registrado na AIS 1 (33,6), que concentra a maior parte dos bairros nobres da capital cearense. O Ancuri ocupa a 102ª posição entre os 119 bairros mapeados no ranking de renda, com média por habitante de R$ 413.
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Por meio de questionários e entrevistas feitos na comunidade e na escola, o estudo identificou as discriminações que mais causam violência contra crianças e adolescentes nos dois ambientes. "A conclusão é que as discriminações que mais ocorrem são racismo, desigualdade de gênero, a questão da aparência, aí incluídas pessoas que têm características afrodescendentes", disse Samila à Agência Brasil. Outras discriminações encontradas dizem respeito a pessoas LGBT, classe social, machismo. "As crianças que mais sofrem discriminação são pobres e muitas são negras", completou a adolescente. Em relação ao machismo, destacou que as meninas não participam muito das atividades. "São excluídas".
Samila vai representar o país no evento, organizado pela Comissão Europeia, a metodologia Monitoramento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP ), criada pela ONG Visão Mundial para monitoramento de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, esporte e lazer, que prepara adolescentes e jovens para liderar processos políticos em suas comunidades, visando a garantir a efetivação de direitos. "Vou contar como foi a minha experiência. Como me senti entrevistando as crianças e os adolescentes. Vou falar o que a gente descobriu". Samila confia que os jovens podem criar métodos para evitar e reduzir essas discriminações. "Com certeza, a gente pode fazer campanhas, buscar coisas para fazer a diferença e reduzir essas desigualdades".
Como é menor de idade, Samila foi acompanhada na viagem ao exterior por Clarice Ziller, assessora de "advocacy" (defesa e argumentação em favor de uma causa) e de relações internacionais da ONG Visão Mundial. Elas viajaram sexta-feira (14) para a Bélgica. O retorno a Fortaleza está previsto para o dia 21.
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Clarice Ziller disse que os jovens sempre trabalharam nessa questão para identificar, dentro das comunidades, as políticas públicas que precisam de atenção, que precisam ser implementadas. A metodologia MJPOP faz parte de um projeto maior da World Vision Internacional, que é o Child-Led Research (Jovens Investigadores), selecionado para participar do EDD19. Samila integra o projeto e vai apresentar sua pesquisa para cerca de 5 mil pessoas.
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Samila, ao centro, rodeada de amigas / Divulgação
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Além de Samila, a organização não governamental está levando para o fórum de desenvolvimento social em Bruxelas mais duas meninas: Serafina, de Gana, e Theodora, da Romênia, que também fazem parte do movimento que a Visão Mundial chama de Jovens Líderes, projeto que inclui jovens de 15 a 18 anos. Clarice informou que os projetos-piloto desenvolvidos pelos jovens líderes e que serão apresentados no evento podem ser aprimorados e transformados em metodologias. Em Gana, o tema abordado foi gravidez na adolescência - abuso sexual e, na Romênia, foi violência na mídia. O Brasil é o sexto país a implementar o projeto Child-Led Research, com o tema discriminação.
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