CONTATO
A uma semana da tradicional Festa do Senhor do Bonfim, turistas se antecipam e vão à Igreja para homenagear, rezar, fazer pedidos ou simplesmente agradecer por graças alcançadas. Os últimos dias já registram grande movimento na Colina Sagrada (Cidade Baixa), em Salvador. Para devotos e visitantes vindos de outros estados ou países, o ritual é completo. Baianos e turistas oram, agradecem e amarram fitas do Senhor do Bonfim às escadarias da Igreja da Colina Sagrada de Salvador. Foto: Tatiana Azeviche Começa com as orações, pedidos e agradecimentos; inclui o ritual das fitinhas no gradil ou no pulso. Desde quinta-feira (10), a novena (celebração em preparação à festa) também atrai peregrinações de grupos, movimentos pastorais e paróquias da Arquidiocese de Salvador. Para os turistas, a visita à Igreja inclui fotos, observação de aspectos arquitetônicos e artísticos e compras de lembranças religiosas ou artesanato. Vanessa Trindade Galdino veio de Goiânia com o marido João Vinícius e o filho João Felipe, para conhecer a Bahia, priorizando no roteiro uma visita ao Bonfim.
“Somos católicos e sabemos que as graças às pessoas que passam por aqui são grandes, por isso viemos buscar bênçãos para nossas famílias e amigos”, revelou. Mãe e filha, respectivamente, as paranaenses Cristina Caramori e Maria Fernanda Caramori, da cidade de Cascavel, também se renderam à liturgia. “Queria conhecer a Igreja porque gosto dos aspectos arquitetônicos e históricos, mas vamos rezar também e agradecer as coisas boas que nos aconteceram”, disse Cristina. “Vou fazer tudo o que tenho direito, tirar fotos, amarrar fitinha e fazer pedidos”, complementou Maria Fernanda. Baiana de Itabuna, mas residente em Genebra, na Suíça, Araguaci Cortes trazia um grupo de espanhóis para conhecer o Bonfim. “É um lugar ótimo, com bela paisagem. Sou católico, mas vim mesmo para visitar”, disse Pedro Gonzalez, um deles. Araguaia, por sua vez, agradeceu ao santo pela viagem ter dado certo até ali. “Eles estão adorando tudo, a comida, o policiamento, o sorriso do baiano, tudo é perfeito”. Comércio No entorno da Igreja, o comércio de suvenires é famoso, mas outros tipos de estabelecimentos procuram atrair os visitantes que chegam à Colina Sagrada o ano todo e, principalmente, por ocasião da Festa e da Lavagem do Bonfim.
Boa parte do antigo prédio branco que abriga a Devoção do Senhor do Bonfim, na lateral superior da Igreja, é ocupado desde 2015 pelo espaço Vila Criativa, um coletivo de 30 expositores que comercializa desde peças artesanais a objetos de arte e gastronomia. A professora de filosofia Simone Reis, idealizadora do projeto, informa que ali são realizados lançamentos de livros, exposições e apresentações musicais na varanda. “Após as novenas, o público da Igreja ia embora, então propus esta parceria com a Devoção, de criar um receptivo para acolher essas pessoas”, explicou. Durante a festa, a área da varanda é transformada em camarote, com feijoada como prato principal. Muitos turistas preferem a segurança e o conforto do local para apreciar a comemoração. “Aqui já veio turista até do Sri Lanka”, afirmou Simone. Outras casas novas surgem nas imediações, como a lanchonete Divino Sabor. Segundo a funcionária Evelyn Campos, a procura maior dos visitantes é por água, suco de laranja e misto quente. Na Praça Teodósio Rodrigo de Farias, em frente à Igreja, Jali Rodrigues comanda há sete meses o bar Casa Rosada, de onde saem pratos como pirão de aipim com fumeiro e carne do sol, e moela com camarão seco. “A ideia é agradar quem gosta de música também, com estilos como rock e bossa nova”, disse.