PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, não deve retomar as operações antes da segunda metade de dezembro deste ano.

A previsão foi dada pela concessionária Fraport durante encontro com representantes do governo federal e deputados gaúchos nesta segunda (3), de acordo com o deputado estadual Frederico Antunes (PP), que acompanhou a visita e preside a Frente Parlamentar de Aviação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A Fraport foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até a publicação deste texto.

O aeroporto completa nesta segunda-feira um mês fechado em decorrência da enchente do lago Guaíba. Pela manhã, uma vistoria foi realizada pelo ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, junto a técnicos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e à presidente da Fraport Brasil, Andreea Pal.

O Salgado Filho está fechado desde 3 de maio, quando a inundação do Guaíba chegou ao bairro Anchieta e, aos poucos, tomou conta da pista e do primeiro pavimento do prédio. A água já baixou na área interna, mas alguns pontos externos e ruas de acesso ainda estão alagados.

A Fraport diz que a avaliação dos impactos da enchente na estrutura do aeroporto e da pista de decolagem deve ser concluída em julho.

A empresa não tinha um prazo determinado para a reabertura do aeroporto, mas a expectativa anterior era de que os voos não fossem retomados antes de agosto.

De acordo com a Anac, a Fraport solicitou um estudo de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato do Salgado Filho. O alagamento é considerado pela empresa algo fora da previsão contratual.

"A partir desta semana inicia com mais força todo o trabalho de limpeza e das sondagens", disse Pimenta. O ministro afirmou ainda que a renegociação do contrato "não pode ser um impeditivo" para o trabalho de retomada do Salgado Filho.

O secretário nacional de aviação civil do Ministério de Portos e Aeroportos, Tomé Franca, que acompanhou a visita, disse na rede social X que um cronograma de ações para o retorno das atividades do Salgado Filho será apresentado "nos próximos dias".

Em entrevista coletiva sobre a situação das rodovias no estado, o governador Eduardo Leite (PSDB) falou sobre o tema. "Entendemos que é muito importante que o governo federal construa a solução junto à concessionária para dar segurança sobre o reequilíbrio", disse o governador.

Segundo Leite, há uma projeção de que os investimentos necessários para reabrir o aeroporto de Porto Alegre possam chegar a R$ 1 bilhão. Nos 30 dias de fechamento, o aeroporto de Porto Alegre deixou de receber cerca de 4.200 viagens.

"A gente tem a preocupação de que a União, junto à concessionária, tenha a resolução deste problema o quanto antes", disse Leite. "É ponto crítico para o estado, do ponto de vista de desenvolvimento econômico e manutenção de empregos."

Enquanto as atividades do Salgado Filho continuam paralisadas, a base aérea militar de Canoas passou a receber voos comerciais temporariamente. O aeroporto de Florianópolis também tem recebido mais voos, com uma conexão de ônibus até a cidade de Osório, no litoral norte gaúcho.

Outros aeroportos do interior do Rio Grande do Sul, como Caxias do Sul, Santo Ângelo e Uruguaiana são estudados como alternativas regionais.

 

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