Fonte:247 - Três meses após o esfaqueamento do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) durante um ato de campanha em Minas Gerais, a Polícia Federal ainda apura questões referentes ao caso e também passou a investigar integrantes da defesa do agressor, o garçom Adélio Bispo de Oliveira. Em seu depoimento aos investigadores, o advogado Zanone Manuel de Oliveira Junior, que coordena a defesa de Adélio, disse que foi contratado por um "desconhecido" para atuar no caso.
"Aquela pessoa se apresentou como conhecido de Adélio Bispo da cidade de Montes Claros, esclarecendo que conheceu o autor do fato criminoso em relacionamentos vividos no meio religioso naquela cidade", afirma Zanone em um trecho do depoimento. Segundo a revista Veja, o defensor também teria dito que o responsável pela contratação teria dito conhecer Adélio durante um ato de "evangelização na cidade de Salinas, Minas Gerais". Zanone disse que não iria revelar o nome do desconhecido em virtude do sigilo profissional e para preservar o contratante, que, segundo ele, "corre risco de morte"
De acordo com Zazone, o encontro com "desconhecido" terem seu escritório, em Belo Horizonte, no dia seguinte ao atentado. Ele teria cobrado R$ 150 mil, mas como o contratante considerou o valor elevado, ele teria cobrado apenas R$ 25 mil até que a PF concluísse o inquérito. Ainda segundo o depoimento, Zanone teria recebido R$ 5 mil e o restante do valor foi dividido em parcelas mensais, mas o contratante desconhecido "desapareceu" em seguida.
Ainda segundo Zanone, ele aceitou a causa por um valor bem abaixo do cobrado usualmente porque a "causa seria de interesse de qualquer advogado". A estratégia era dar visibilidade ao aso, em uma tática semelhante a que foi adotada no julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza, onde Zanone atuou na defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
. Questionado sobre a identidade do "patrocinador", o advogado disse que não a revelaria para preservar o sigilo profissional e a integridade física do contratante, "que corre risco de morte".
Zanone colocou à disposição da PF os seus extratos bancário e telefônico a partir do dia 6 de setembro, data do atentado contra o presidente eleito. Essas e outras informações estão sendo analisadas pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes, responsável por conduzir o inquérito. Procurado, ele não quis comentar. Zanone afirmou que topou trabalhar no caso porque sabia que teria uma "grande exposição". A investigação deverá ser concluída no início do próximo ano.