O dólar continua a subir, nesta quinta-feira (23), bateu R$ 4,12. Todos estão de acordo, é o dólar da crise política brasileira, da insegurança em relação às eleições presidenciais que estão e próximas. Mas para quanto irá o dólar? Qual a profundidade dessa crise? Pode ser comparada com a crise de 2002, quando o medo da eleição de Lula levou o dólar, a preços de hoje, a R$ 7,00? Há muita gente pensando assim, mas estão enganados. Não há medo de Lula, ou de seu vice, Fernando Haddad. Já está claro que um deles é o mais provável presidente da República. Mas não há por que temê-los – não há por que pensar que agirão de forma irresponsável tanto no plano fiscal quanto no plano cambial. Já sabem que déficits fiscais são muito perigosos, e que déficits em conta-corrente significam taxa de câmbio apreciada e desindustrialização.
Mas se o mercado financeiro não tem medo de Lula, como explicar a violência do comportamento das elites econômicas e políticas brasileiras em relação a Lula e ao PT? E o comportamento de um setor oportunista do poder judiciário que resolveu transformar Lula em um criminoso e o julgar sem qualquer prova convincente?
A explicação está, a meu ver, não no medo, mas no ódio. O mercado financeiro não tem medo, mas essas elites têm ódio de Lula e do PT. Ódio que apareceu pela primeira vez na história política do Brasil em 2013. Ódio sem base, irracional como todo ódio. Ódio de uma classe média que viu os pobres e os ricos prosperarem, enquanto ela era esquecida, e encontrou “um culpado” para isso.
Se pensarmos bem, verificaremos que o aumento havido nas intenções de voto em Lula em todas as pesquisas não é apenas resultado se os pobres terem sido bem tratados no seu governo. Ou do inegável carisma de Lula. É também uma reação popular contra o ódio e a injustiça.
Precisamos, com urgência, pacificar o Brasil, e levá-lo de novo a construir seu desenvolvimento. Essa será a primeira tarefa do presidente que será eleito em outubro próximo. Lula sempre foi um pacificador. Vamos esperar.