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O judiciário brasileiro assumiu definitivamente, e sem qualquer constrangimento, o vergonhoso papel de tribunal de exceção, nesta sexta-feira. Da forma que agiram, o TRF-4 e o ministro Edson Fachin cumpriram o papel de "capitães do mato" do Império. Em jogo combinado, impediram o julgamento do pedido de liberdade de Lula no Supremo Tribunal Federal previsto para terça-feira, 26.

Além de manter Lula na prisão, a medida tem por objetivo não confesso "limpar" a área política da próxima semana. Exatamente na terça-feira, 26, chega ao Brasil o vice-presidente dos Estados, Mike Pence, trazendo na pauta temas estratégicos, principalmente, na área da segurança. Ou seja, vem pressionar Temer para que o Brasil corrompa definitivamente sua soberania aliando-se em futuro ataque à Venezuela.

Para reforçar a urgência da ação, nesta sexta-feira o jornal Folha de S. Paulo trazia manchete afirmando que "Lula é o mais preparado para acelerar o crescimento da economia". Segundo pesquisa Datafolha, 32% dos entrevistados citaram o ex-presidente como capaz de tirar o Brasil do buraco. Então, a ordem é que se mantenha Lula na prisão, mesmo que a custo da desmoralização do judiciário brasileiro.

Ainda, a contra-ofensiva dos golpistas do judiciário se deu na sequência de vitória dos setores que defendem a legalidade. A absolvição da senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, veio acompanhada de contundentes questionamentos de ministros à Lava Jato pelo uso de delações sem provas. As duas acusações contra Lula, assim como contra a senadora Gleisi, baseiam-se apenas na palavra de delatores.

Para completar o quadro, a ação combinada não deixou o juiz Sérgio Moro e a Rede Globo fora do jogo, dando-lhes munição para atacar Lula. Também coincidentemente nesta sexta-feira, o mesmo TRF-4 homologou a delação do ex-ministro Antônio Palocci que, aliás, já tinha deixado clara sua vontade de mentir. Com base nas delações de Palocci, sem provas, Moro alimentará o Jornal Nacional à exaustão para seguir criminalizando Lula.

Na nova etapa da guerra imperialista contra o Brasil, Fachin parece assumir a linha de frente da perseguição implacável ao ex-presidente Lula e ao PT. Se existem disputas internas no STF, que explodam de vez, ou a instituição terminará por afundar-se em descrédito. As instituições no Brasil estão falidas e, se não reagirem, levarão a sociedade a adotar outras soluções para resgatar a soberania popular sobre os destinos da Nação.