MÚSICA

Em 18 de outubro de 1970, no Pátio de São Pedro, centro do Recife, Ariano Suassuna estabeleceu os pilares do Movimento Armorial, com o propósito de exaltar a cultura popular nordestina através de diversas linguagens artísticas influenciadas pelas tradições brasileiras. Nesta quarta-feira (18), após 53 anos, a exposição “Armorial 50” perpetua o desejo do escritor e dramaturgo que fez de Pernambuco sua casa. Mais de 140 itens podem ser conferidos até 7 de janeiro, no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), de forma gratuita. A entrada é garantida através do Sympla. 

Apesar do espaçamento entre as datas, o projeto está ligado às celebrações do 50º aniversário do Movimento Armorial. Previsto para iniciar em 2020, entrou no rol das produções proteladas por conta da pandemia de Covid-19. Mais de 285 mil pessoas visitaram a Mostra desde a estreia em dezembro de 2021, passando por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e, mais recentemente, Campina Grande. A visita ao Nordeste, onde tudo começou, foi viabilizada pelo patrocínio do Ministério da Cultura (MinC) e da Petrobras. 

“A obra de Ariano Suassuna, de Samico, de Brennand, de Miguel dos Santos e dos muitos artistas que fazem o Movimento Armorial é atemporal e, por ser profundamente brasileira, precisa ser cada vez mais difundida em nosso país. Desde o começo, nós queríamos que a mostra acontecesse no Nordeste - na Paraíba, onde nasceu Ariano, e em Pernambuco, que é o estado onde o movimento foi criado, onde Ariano passou a maior parte da vida", explica a idealizadora e produtora da mostra, Regina Rosa de Godoy. “Armorial 50” ainda conta com curadoria de Denise Mattar e consultoria de Manuel Dantas Suassuna, artista plástico e filho de Ariano, e do professor Carlos Newton Júnior.

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Visitantes vão se deparar com Onça Caetana na entrada da mostra

(Crédito: Daniela Nader/Divulgação)
 

Os visitantes da Mostra Movimento Armorial 50 serão saudados pela mítica Onça Caetana,  uma figura dos mitos sertanejos que faz parte dos romances do Mestre Ariano e está materializada na exposição através de uma alegoria de aproximadamente quatro metros de comprimento. A Onça, que também cumpre o papel de espaço instagramável, foi confeccionada em Belo Horizonte, pelo artista bonequeiro Agnaldo Pinho. Neste pavimento, o público também poderá mergulhar na vida e obra do romancista em uma cronologia ilustrada com fotos raras.

Além do térreo, “Armorial 50” ocupará as três galerias no piso superior. Já na entrada, estarão expostos os figurinos desenhados pelo artista plástico Francisco Brennand para o filme “A Compadecida” (1969) - primeiro longa baseado no espetáculo “Auto da Compadecida”. As roupas dos personagens O Palhaço, João Grilo e Emanuel – O Cristo Negro, foram recriados especialmente para a mostra pela figurinista Flávia Rossete, e o personagem O Diabo, pelo artesão Rinaldo Alves, de Ouricuri, município do Sertão pernambucano. Trechos do filme, que foi encenado em Brejo da Madre de Deus, no Agreste do estado, estão inclusos neste núcleo de atrações.

Eventos paralelos da mostra

O concerto do Quinteto da Paraíba, realizado amanhã, na Catedral de São Pedro dos Clérigos, em celebração aos 53 anos de fundação do Movimento Armorial, é somente a primeira das apresentações que integram a programação dos Encontros Petrobras de Música Armorial. “Diálogos sobre Arte Armorial” também acontece paralelamente à exposição. Com a proposta de ampliar a imersão no universo armorial, o evento terá a presença de artistas e grupos que unem o popular e o erudito na música, além de especialistas de diversas linguagens artísticas.  
  
SERVIÇOS 

Mostra Movimento Armorial 50 anos
Museu do Estado de Pernambuco (MEPE), Avenida Rui Barbosa, 960, Graças, Recife-PE
Entre 18 de outubro de 2023 e 7 de janeiro de 2024
Horários de visitação: 
terça a sexta-feira, das 9h às 17h; 
sábados e domingos, das 14h às 17h.