Fim de uma tradição

Um dos mais tradicionais passeios realizados por turistas na histórica Tiradentes pode estar com os dias contados. Foi apresentado na sexta-feira (1º) o protótipo de uma charrete elétrica que irá, aos poucos, substituir às de tração animal que há anos leva famílias e casais a passeios por ruas de pedra da cidade localizada na região do Campo das Vertentes.

O termo de compromisso foi assinado pelo Ministério Público de Minas em maio deste ano. O uso de charretes vem sendo questionado há anos na cidade. Protetores de animais alegam que os cavalos são submetidos a desgaste excessivo. Os charreteiros participaram das discussões.

“Esse movimento pela substituição das charretes começa no conflito entre proteção animal e as famílias que precisam de dar continuidade ao trabalho, em razão do seu sustento. Buscamos uma solução que atendesse às necessidades de quem participa de todo o processo. Foi tudo feito em conjunto com os charreteiros”, destacou Luciana Imaculada de Paula, coordenadora da Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais do Ministério Público de Minas .

O evento representou um marco fundamental no projeto “Transição da Tração Animal para a Inovação (Protótipo - Tiradentes)”, que vai eliminar o uso de veículos de tração animal. 

O protótipo não implica substituição imediata das charretes tradicionais, mas inaugura um caminho responsável e participativo para a transição, com foco na sustentabilidade e no respeito às famílias que dependem dessa atividade. 
 
O projeto reflete o compromisso da cidade com a abordagem de saúde única, integrando o bem-estar animal, humano e ambiental. Com a participação ativa da Associação de Charreteiros de Tiradentes e da Prefeitura Municipal, a mudança está sendo planejada com cautela, de forma justa e colaborativa, considerando as necessidades dos trabalhadores locais.

“Este momento é apenas o primeiro passo de uma transição muito importante e necessária, marcando o início de uma jornada com desafios e conquistas pela frente”, disse Brenda Sampaio, Advogada do Instituto Arbo, responsável pela execução do projeto. Uma das etapas seguintes do projeto, por exemplo, é a destinação dos cavalos para adoção responsável.