Quem visita Porto de Galinhas não apenas se envolve com suas belezas naturais, como também mergulha em histórias e lendas do período pré-colonial. Uma delas espalhou-se pelo mais antigo morador desse destino turístico, Elpídio Arcebispo Chalaça. Esse senhor quase centenário é, de acordo com ele próprio, parente de Francisco Gomes da Silva – o emblemático “Chalaça”, político e amigo confidente de D. Pedro I. Sua família estabeleceu-se há mais de um século no Pontal de Maracaípe, que hoje é cercada por pousadas e restaurantes, algumas de propriedade dele e seus herdeiros.

Foto via Divulgação/Facebook @PgMemoriaViva

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O trecho é um estuário de reprodução dos cavalos-marinhos e destino dos visitantes que exploram o mangue durante o passeio de jangada, além de servir como refúgio para casais apaixonados que aguardam a chegada do por do sol para namorar. Mas, até o século 16, a região era densamente habitada pelos índios Caetés, da etnia Tupi-Guarani. “Até hoje encontramos pedaços de cerâmica indígena no solo”, revela Guilherme Belbert, paulista radicado na região, onde é dono de restaurantes e pousadas.

Foto via Divulgação/Porto de Galinhas CVB

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Os nativos que reproduzem a história de Elpídio contam que a tribo realizava rituais cercados de mistérios e superstições. De acordo com eles, os índios dirigiam-se para o rio Maracaípe – árvore que canta, na língua tupi – para praticar o xamanismo e promover celebrações, como funerais e casamentos. Sob a orientação e o rito de um pajé, os recém-casados consumavam a união em uma noite de núpcias à beira d’água.

Foto via Divulgação/Porto de Galinhas CVB

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A chegada das colonizações holandesa e portuguesa impactou na presença dos índios na região, mas a história foi perpetuada. Com o passar dos anos ela transformou-se em mito, segundo o qual casais que visitam o pontal recebem a benção do pajé e atraem sorte para o relacionamento.

“O local tem uma energia positiva e é ideal para passeios românticos”, explica Guilherme Belbert. As lendas misturam-se e dividem a opinião dos nativos. Mas, ao mesmo tempo, agregam mais significado à história de Porto de Galinhas e atiçam a curiosidade dos viajantes.

Texto por Agência com edição de Carolina Berlato

Imagem Destacada via Divulgação/Porto de Galinhas CVB