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Um dos maiores patrimônios naturais e arqueológicos do Brasil está prestes a conquistar reconhecimento internacional. O cânion do rio Peruaçu, localizado dentro do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no norte de Minas Gerais, será avaliado entre os dias 10 e 13 de julho durante a 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, em Paris. Se aprovado, o Peruaçu será oficialmente incluído na lista do Patrimônio Mundial Natural. A informação foi confirmada pelo espelepologo Leonando Giunco, membro do Conselho do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e coordenador da Câmara de Uso Público. Portanto, este é um bom momento para conhecer um dos mais importantes sítios arqueológicos do país.
A sessão do comitê está marcada para 6 a 16 de julho e será transmitida ao vivo pelo site oficial da Unesco e pelo canal oficial no YouTube. Basta clicar na a seção "Livestream" da página da “47ᵃ Sessão”. A expectativa é que a candidatura do Peruaçu seja apreciada provavelmente no dia 13 pela manhã, lembrando que existem cinco horas de fuso horário entre o Brasil e a França.

Se aprovado, o Peruaçu (foto acima, crédito: Mariana Xavier Dutra / Divulgação) passará a integrar o seleto grupo de sítios brasileiros reconhecidos como Patrimônio Mundial Natural, ao lado de locais como os Lençóis Maranhenses, Fernando de Noronha, o Pantanal e o Parque Nacional do Iguaçu. Mais do que prestígio, o título pode impulsionar o turismo sustentável, atrair investimentos, promover a educação ambiental e fortalecer a proteção da área.
“O Peruaçu reúne valores universais excepcionais. O reconhecimento pela Unesco não é apenas simbólico, mas uma ferramenta para proteger, valorizar e desenvolver a região de forma sustentável”. (Leonardo Giunco, espeleólogo).
Com mais de 200 cavernas catalogadas e 1.000 prospectadas, paredões calcários monumentais, sítios arqueológicos milenares e uma biodiversidade única, o Peruaçu reúne paisagens cênicas e registros humanos que remontam a 12 mil anos. A área abriga ecossistemas da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga, além da maior estalactite do mundo, conhecida como “Perna da Bailarina”, com 28 metros.
Jornada de quase três décadas

A candidatura brasileira é resultado de 27 anos de estudos e articulação técnica e política. O primeiro reconhecimento internacional da importância do Peruaçu (foto acima, crédito: Mariana Xavier Dutra / Divulgação), ocorreu em 1998, quando a região foi incluída na Tentative List da Unesco, através das articulações do professor José Ayrton Labegallini, que foi o principal propulsor de divulgação do Peruaçu para comunidade científica e espeleológica mundial.
O projeto ganhou novo impulso a partir de 2017, sob a liderança do espeleólogo Leonardo Giunco, que teve papel essencial na articulação com órgãos como o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a União Internacional de Espeleologia (UIS), além da mobilização do governo estadual, junto ao governo federal e à Câmara dos Deputados.
Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo, lembra que, na época, o governo de Minas ajudou na articulação junto à Unesco, inclusive colaborando nas visitas técnicas do comitê.
"Minas é terra de memória, de pedra e de gente. Em menos de dois anos, os nossos queijeiros e queijeiras, com seus modos de fazer passados de geração em geração, e as comunidades do Norte de Minas, guardiãs do Vale do Peruaçu, colocaram o Estado no centro do mapa mundial do patrimônio. O queijo e o cânion, o sabor e a paisagem, a cultura e a natureza — tudo fala de um mesmo povo. O Peruaçu é o barroco da natureza: monumental, misterioso e belo. Esses reconhecimentos são da nossa terra, do nosso povo, das nossas origens.
Que o mundo conheça, proteja e celebre o que sempre foi nosso. Minas é patrimônio do mundo. (Leônidas Oliveira)
O impulso final veio com o trabalho de Bernardo Issa, chefe do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, que elaborou todo o dossiê da candidatura em tempo recorde, como também realizou todos os encaminhamentos exigidos pelos órgãos representativos da Unesco e da UICN, quando da vistoria técnica realizada no cânion do Peruaçu e que gerou os relatórios que darão base à votação que ocorrerá esta semana.

Um ponto importante no decorrer da candidatura foi a retomada da nomenclatura original Cânion do Rio Peruaçu (foto acima, crédito: Mariana Xavier Dutra / Divulgação), utilizada na inscrição da área na Tentative List da Unesco em 1998. Essa designação substituiu formalmente o nome Parque Nacional Cavernas do Peruaçu na documentação da candidatura atual, alinhando-se à proposta inicial e reforçando a ênfase nos valores naturais e geológicos excepcionais do cânion.
Entre os dias 19 e 22 de outubro de 2024, uma missão da IUCN – órgão técnico da Unesco para áreas naturais – realizou uma inspeção detalhada no parque. A vistoria incluiu visitas às principais cavernas, áreas de arte rupestre, trilhas, estruturas de conservação e projetos de base comunitária. O parecer técnico final foi entregue em abril de 2025, recomendando que a candidatura siga para deliberação do comitê.
Outros sítios em avaliação
Na mesma sessão, o comitê da Unesco vai avaliar se concede títulos de Patrimônio Mundial Natural para outros monumentos: Møns Klint, os fabulosos penhascos de giz branco e vida selvagem rara da Dinamarca; os ecossistemas costeiros e marinhos do Arquipélago dos Bijagós,chamado de Omatí Minhô, em Guiné-Bissau; o Parque Nacional Hin Nam e suas incríveis formações cársticas, no Laos; as estepes orientais da Mongólia; o Parque Nacional de Maputo, em Moçambique; e as florestas de Gola-Tiwai, em Serra Leoa.
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A sessão do comitê está marcada para 6 a 16 de julho e será transmitida ao vivo pelo site oficial da Unesco e pelo canal oficial no YouTube. Basta clicar na a seção "Livestream" da página da “47ᵃ Sessão”. A expectativa é que a candidatura do Peruaçu seja apreciada provavelmente no dia 13 pela manhã, lembrando que existem cinco horas de fuso horário entre o Brasil e a França.

Se aprovado, o Peruaçu (foto acima, crédito: Mariana Xavier Dutra / Divulgação) passará a integrar o seleto grupo de sítios brasileiros reconhecidos como Patrimônio Mundial Natural, ao lado de locais como os Lençóis Maranhenses, Fernando de Noronha, o Pantanal e o Parque Nacional do Iguaçu. Mais do que prestígio, o título pode impulsionar o turismo sustentável, atrair investimentos, promover a educação ambiental e fortalecer a proteção da área.
“O Peruaçu reúne valores universais excepcionais. O reconhecimento pela Unesco não é apenas simbólico, mas uma ferramenta para proteger, valorizar e desenvolver a região de forma sustentável”. (Leonardo Giunco, espeleólogo).
Com mais de 200 cavernas catalogadas e 1.000 prospectadas, paredões calcários monumentais, sítios arqueológicos milenares e uma biodiversidade única, o Peruaçu reúne paisagens cênicas e registros humanos que remontam a 12 mil anos. A área abriga ecossistemas da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga, além da maior estalactite do mundo, conhecida como “Perna da Bailarina”, com 28 metros.
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A candidatura brasileira é resultado de 27 anos de estudos e articulação técnica e política. O primeiro reconhecimento internacional da importância do Peruaçu (foto acima, crédito: Mariana Xavier Dutra / Divulgação), ocorreu em 1998, quando a região foi incluída na Tentative List da Unesco, através das articulações do professor José Ayrton Labegallini, que foi o principal propulsor de divulgação do Peruaçu para comunidade científica e espeleológica mundial.
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