REDE HOTELEIRA

 

O mês de janeiro, que faz parte da alta temporada do turismo de Pernambuco e costuma lotar a rede hoteleira de Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, pode não ter o desempenho positivo esperado para o período diante do cenário de pandemia. O motivo é o novo aumento no número de casos do coronavírus no estado, que está retraindo a demanda. Isso porque a emissão de turistas para o destino, um dos principais para o turismo pernambucano, é, em sua maioria, de fora do estado, como do eixo Sul-Sudeste e do exterior. Com a retomada do setor mês a mês em Porto de Galinhas, a expectativa era chegar a 70% de ocupação em janeiro, mas agora a estimativa pode ser mais baixa. A perspectiva de retomada de números iguais ao de antes da pandemia só deve acontecer no segundo semestre de 2021 e caso haja um plano de vacinação em curso no país. 

O turismo regional de Porto de Galinhas era representado por 15% a 20% dos passageiros, com o restante vindo de avião. Porém, a pandemia mudou o perfil dos turistas no Litoral Sul de Pernambuco, com foco principal no turismo regional. "Algumas coisas aconteceram na retomada que a gente nem imaginava, como a questão do home office e das aulas virtuais. Esses são os motivos para estarmos em uma situação melhor do que previa em abril e maio porque as pessoas não precisavam mais estar em casa para trabalhar ou estudar. O panorama naquela ocasião é que as pessoas iam tirar férias e não iam mais viajar, mas vimos um movimento forte de pessoas indo para os hotéis", afirma Eduardo Tiburtius, presidente do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau.

Instabilidade

Desta forma, a retomada da ocupação no destino do Litoral Sul aconteceu mês a mês, alcançando 60%. Porém, a estimativa agora é que o movimento é de queda para as pessoas que chegam de fora. "A gente esperava que janeiro ia ser melhor do que dezembro, mas esse momento é mais de cautela por conta do aumento dos casos. As vendas estão travadas, embora Tenha a informação mais aguardada do ano todo, que é a questão da vacinação", explica. Mas a estabilidade ainda deve demorar a acontecer. "Demora ainda um semestre para ter um nível de vacinação robusta, para ter um ambiente mais estável no segundo semestre e poder prever que a ocupação vá crescendo mês a mês sem que que tenha um pico de pandemia e volte duas casas. A perspectiva é que tenha um primeiro semestre como uma montanha russa, com altos e baixos", acrescenta.

Com este cenário se confirmando, a perspectiva é que no começo do segundo semestre volte a ter algo parecido com o período pré-pandemia. "Mas ainda vai demorar mais para que as linhas de crédito que foram captadas durante a pandemia sejam quitadas. Esse é o tempo para as empresas se equilibrarem ao patamar do pré-pandemia. Com a vacinação robusta, as ocupações voltam, passar a ter um ano normal de operação, mas vai levar de dois a três anos para ter fluxo de caixa de antes da pandemia", ressalta.