Tours levam visitante ainda a praias escondidas entre falésias, mergulhos com snorkel e cilindro e pesca esportiva

Noronha tem 16 praias, quatro baías, dezenas de mirantes para serem vasculhados em passeios rápidos ou demorados, nada cansativos, e um mar de ilhas vulcânicas com uma fauna hospitaleira, que convida o visitante a um mergulho por águas translúcidas. “A visibilidade é boa, os peixes não têm medo de gente. De repente, quando menos se espera, você se vê ao lado de golfinhos, tartarugas e moreias, numa interação muito grande”, conta a estudante paulista de administração Vanessa Bello, 20, que adquiriu o passeio pela Noronha Diver (noronhadiver.com.br).

O Ilha Tour – o passeio mais procurado pelos turistas – é panorâmico. Em veículos 4x4, os visitantes têm um apanhado de toda Noronha, em paradas para contemplar a natureza e para tomar banhos de praia. A primeira parte do passeio começa em uma trilha ao lado do aeroporto, pela extinta Vila de Quixabá, onde funcionou, de 1631 a 1935, um presídio.

Dali, o veículo é substituído pela caminhada por um trilha de 260 m até a baía de Sancho. Para alcançar a praia, deixe a claustrofobia de lado, desça por uma escadaria de 70 m encravada em uma fenda entre rochas e vença 145 degraus. Na volta, parada no mirante da baía dos Porcos para fotos.

Para chegar à baía de Sancho, o melhor é parar na praia Cacimba do Padre (de onde se vê o morro Dois Irmãos de perto) e percorrer uma trilha entre pedras. Porcos abraça o turista com deliciosas piscinas naturais cheias de peixinhos.

Mar de Fora

A segunda parte do Ilha Tour leva até as praias do mar de Fora, voltadas par o continente africano, boas para adeptos do mergulho. A baía do Sueste é uma área de proteção ambiental, onde só é possível mergulhar com coletes salva-vidas, snorkel e pé de pato, ao lado de tartarugas e pequenos tubarões.

Na praia do Leão, assim denominada por causa da ilhota que lembra um leão-marinho, faça-se de bobo com guias que tentam desanimar a turma com a história de que o acesso é difícil.

A de Atalaia é um caso à parte em termos de preservação pela diversidade da fauna e flora marinhas. A visitação só é permitida na companhia de guia, com regras preestabelecidas e com agendamento. Tudo para mergulhar em um “aquário natural”. O fim do passeio é uma recompensa – o pôr do sol no forte de São Pedro de Boldry.

Golfinhos

Já o passeio de barco é cercado de ansiedade em se deparar com os golfinhos-rotadores. Ele dura cerca de três horas e meia e faz parada em frente à baía de Sancho para mergulho de 40 minutos, próximo do morro Dois Irmãos.

No extremo sul da ilha, avista-se ainda, ao longe, a ponta da Sapata, só possível de ser alcançada de barco. Se você olhar atentamente pode ver o mapa do Brasil ou um golfinho na fenda.

O retorno reserva brincadeira para criançada: o ‘rugido do leão’, grutas que propagam o som do animal no quebrar das ondas contra as rochas.

Mar de Dentro

Para avistar golfinhos de longe ou bem de perto

O passeio tradicional de barco navega pelo chamado “mar de Dentro” de Noronha, de uma extremidade a outra. “É uma coisa local para identificar de que lado se está da ilha. Teoricamente o mar de dentro é voltado para o continente americano, e o de fora, para o africano”, explica Rafael Robles, gerente do receptivo Atalaia Noronha.

No tour de cerca de três horas, navega-se por ilhas secundárias. É possível fazer observação de aves e, na volta, há uma parada estratégica na baía do Sancho para banho livre. A saída é marcada às 8h e tem o custo de R$ 220 por pessoa.

No passeio, os visitantes ainda podem desfrutar da presença ilustre dos golfinhos-rotadores (golfinhorotador.org.br). “Noronha é um dos principais lugares do mundo para a observação desses animais em ambiente natural”, conta o gerente.

Há uma série de regras de proteção a serem seguidas ao navegar pelas águas de Noronha para não prejudicar os animais. “Se o golfinho chegar muito perto, temos orientação para diminuir a velocidade da embarcação. Também não podemos virar o barco para seguir a rota deles”, explica Robles. No mirante dos golfinhos também é possível avistá-los de binóculos, mas para isso é preciso acordar cedo.


SERVIÇO

Preços

Das trilhas ao mar

Confira os principais passeios oferecidos pelo receptivo Atalaia Noronha (atalaia-noronha.com.br): Ilha Tur (R$ 250), passeio de barco (R$ 220), mergulho com cilindro (R$ 530), entardecer a bordo (R$ 280), trilha Costa dos Mirantes (R$ 180), traslado do aeroporto (R$ 40), Atalaia Sub (R$ 280) e prancha sub (R$ 180). Os preços são a partir desses valores e cobrados por pessoa.

História

Presente de Vespúcio

O refúgio, descoberto pelo navegador Américo Vespúcio em 1503 e presenteado ao capitão de sua expedição Fernando de Noronha, permaneceu abandonado por mais de 450 anos. Seu maior tesouro, o natural, só foi propagado a partir dos anos 90. E, em 2007, foi criado o Parque Nacional Marinho, hoje administrado pelo ICMBio.

Acessibilidade

Cadeiras de rodas anfíbias

Noronha é um destino-referência em acessibilidade. A baía do Sueste recebeu o projeto Praia Sem Barreiras, que possibilita o banho de mar a cadeirantes. O ponto de apoio conta com esteira de acesso ao mar, cadeiras de rodas anfíbias e profissionais qualificados para o banho assistido. Eles também podem utilizar da nova infraestrutura para visitar os atrativos. Os mirantes do Sancho e Dois Irmãos, as trilhas do Golfinho e do Sancho têm acessibilidade assistida das 6h30 às 18h30, mediante agendamento.

SERVIÇO

Onde comer

Mergulhão. Especialista em peixes e frutos do mar. mergulhaonoronha.com.br.

Varanda. Vila do Trinta. Cardápio revisita pratos nordestinos. restaurantevarandanoronha.com.br.

Palhoça da Colina. Peixe assado na folha de bananeira é o carro-chefe. palhocadacolina.com.br.

Flamboyant. No Hotel Dolphin, Vila dos Remédios. É o restaurante econômico da ilha.

Beijupirá. Grife gastronômica nordestina, na praia da Conceição.

Tricolor. Rústico, perfeito para uma moqueca caseira. restaurantetricolor.com

www.otempo.com.br/interessa/turismo/noronha-passeios-de-barco-garantem-encontro-com-golfinhos-1.2132336