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O receio é que a população deixe as grandes cidades em direção ao litoral, levando consigo o vírus que já matou mais de 260 mil pessoas no país em um ano.
O Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista), que reúne os municípios da região, pediu ao governo do estado três medidas para conter turistas de outras regiões, segundo o prefeito Rogério Santos (PSDB), que preside o grupo.
Primeiro, as cidades pediram reforço da Polícia Militar para fiscalizar a orla das praias, que estarão fechadas, mas cujo acesso a prefeitura tem pouco efetivo para conter.
A segunda medida foi pedir à Artesp (Agência de Transporte de SP) a suspensão da Operação Descida nas rodovias Anchieta e Imigrantes, que aumenta o número de faixas em direção ao litoral aos fins de semana e feriados para ajudar no escoamento do tráfego.
Por fim, os prefeitos pediram também a criação de barreiras sanitárias antes da descida da serra para o litoral que restrinja a descida de quem não mora ou não tem justificativa válida para ir a essas cidades.
"Estamos em uma situação tranquila na Baixada, na fase amarela. Mas estamos falando de um vírus que sofre mutações e que contamina rápido e de maneira perigosa. Na segunda, tínhamos 52% de ocupações de UTIs. Na quarta fechamos com 61%, um aumento significativa. O alerta sempre precisa estar aceso", diz o prefeito.
"Infelizmente precisamos pedir ajuda ao estado, porque se contássemos com o apoio e a consciência das pessoas não haveria essa necessidade. Passado um ano da pandemia, ainda existe gente que se recusa a usar máscara", afirma.
"Por característica da região, as pessoas têm segunda residência na Baixada, e acham que o fato de estar na fase amarela dá uma tranquilidade. Isso faz com que haja uma pressão na rede pública de saúde, por isso é importante desestimular a vinda", conclui.
Além de Santos, fazem parte do Condesb, que pediu apoio do estado para garantir o fechamento, as cidades de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente.
No litoral norte do estado, a cidade de Ubatuba também pediu que os turistas não viajem até lá. "Não venha para Ubatuba. É hora de ficar em casa e cuidar da saúde. Ubatuba te espera assim que esta fase passar", escreveu a prefeitura em rede social.
Em decreto publicado nesta quinta (4), a prefeitura proibiu o acesso às praias, exceto para praticar atividades físicas individuais. Também proibiu a instalação de cadeiras e guarda-sóis na areia e no calçadão, a venda de bebidas alcoólicas das 20h às 6h do dia seguinte e a entrada de veículos de fretamento que levem turistas de outras cidades.
Os serviços de entrega dos restaurantes serão permitidos só até a meia-noite.
A cidade não tem UTIs permanentes, apenas suporte ventilatório.
Em Ilhabela, a cidade não pretende restringir a entrada de não moradores, como foi feito no passado, porque a Justiça considerou a medida inconstitucional. A prefeitura informou que deve seguir as regras previstas pelo governo estadual e não deve impedir o acesso às praias, mas apenas o funcionamento de quiosques com mesas.
Por outro lado, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), discorda do fechamento da cidade e diz que, embora vá seguir as normas estaduais, pretende recorrer à Justiça.
"O Plano São Paulo não está sendo respeitado. Temos números de fase amarela e testamos 30% da população. A taxa de ocupação de UTIs é baixíssima, temos só duas pessoas intubadas, uma há mais de 20 dias e a outra intubada ontem", diz.
"Temos que governar hoje com uma baixa arrecadação e uma cidade que de uma hora para outra saltou de 90 mil para 150 mil habitantes, com pessoas que vieram passar a quarentena aqui. O custo operacional e administrativo da cidade aumentou e a arrecadação não", continua.
O prefeito afirma que as praias continuarão abertas, assim como hotéis e pousadas, além de restaurantes para entrega. "Estamos realizando um mutirão de testagem a partir desta sexta para nos prepararmos para as duas semanas que virão e vamos reavaliar os indicadores. Não dá para ficar fechado."
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