A cidade de Carolina hoje possui 2 mil leitos distribuídos em pousadas e pequenos hotéis onde se hospedam, em geral, turistas em busca de banhos de cachoeira, visitantes a procura de lazer e descanso
Por Paulo Atzingen*
Banho de cachoeira, trilhas interpretativas, casas de farinha, fogão à lenha e vivência em comunidades que guardam tradições milenares do grande sertão brasileiro são alguns dos atrativos do Parque Nacional da Chapada das Mesas, na divisa do Estado do Tocantins com o do Maranhão, na região Norte.
No entanto, o que serve de moldura e pano de fundo a tudo isso são espetaculares formações geológicas popularmente conhecidas como mesas e mesetas que fazem um corte meio retangular, meio piramidal nos horizontes do cerrado deslumbrando qualquer turista desavisado. Essas mesas, distribuídas à margem do serpenteante rio Tocantins, lembra um restaurante a céu aberto onde é servido um banquete para os olhos.
“As formações montanhosas por aqui se fragmentaram há milhões de anos e formaram grandes mesas ou mesetas, dependendo do tamanho, que eram cercadas por antigos mares”, essa afirmação é do guia de ecoturismo Renilton Cedrin de Barros que nos aponta e nomeia uma a uma as esculturas gigantes em arenito, no horizonte:
“Pilares da Chapada, Morro da Maroquinha, do Jacurutu, Serra da Cangalha, Morro do Chapéu Virado, do Pico e das Sete Marias”. Estávamos sobre uma das torres do Portal da Chapada. Esse portal é um rasgo de uns cinco metros de altura que lembra o mapa do estado vizinho, o Tocantins. Seu entorno aparenta um anfiteatro esculpido pelo vento para shows sinfônicos da natureza. “Este portal da Chapada é o mais visitado e o mais fotografado do parque”, afirma Renilton. Não era mentira. O lugar é deslumbrante.
Cachoeiras
“Recebemos muitos cariocas e muitos paulistas para esta aventura”, afirma o diretor da agência ZecaTur, o pernambucano José Carlos, conhecido como Zeca. O empresário híbrido de comunicador, guia de turismo e amigo, nos leva as cachoeiras de São Romão e da Prata, localizada já no interior do Parque Nacional da Chapada. A área do parque é muito grande e precisaríamos de muito tempo para conhecê-la”, afirma Zeca enquanto pilota a caminhonete 4×4 em direção as cachoeiras por uma estrada ladeada por um enorme paredão em arenito. Zeca nomeia as árvores típicas do Cerrado como o Piqui, a Masaranduba, Buriti e Jatobá. “Estamos em um santuário ecológico de 160 mil hectares e com centenas, talvez milhares de cachoeiras. Temos hoje 89 cachoeiras catalogadas dentro do parque”, afirma Zeca com sua maneira amistosa de gente do bem.
Releitura
Para o diretor da agência de receptivo Vereda Adventure, Marcelo Assub Amaral, o trabalho para sensibilizar a cadeia produtiva do turismo para a importância do ecoturismo na região está apenas começando. “Temos um tesouro nas mãos que não pode ser vendido de forma aleatória. Propomos uma releitura do turismo de lazer e um incremento ao ecoturismo com qualidade”, afirma Marcelo. Esta postura de Assub é compreendida quando o secretário de Turismo de Carolina, Leonardus Borges apresenta alguns dados do turismo na região:
“Recebemos, somente em Carolina, 66.6 mil hóspedes em 2017, desses, apenas 5% são ecoturistas. Os outros 95% são turistas regionais”, afirmou.
Evidentemente que a fala do secretário não é uma crítica aos visitantes que ficam duas ou três noites em média na cidade e gastam aproximadamente 700 reais em sua passagem pelo município. A cidade de Carolina hoje possui 2 mil leitos distribuídos em pousadas e pequenos hotéis onde se hospedam, em geral, turistas em busca de banhos de cachoeira, visitantes a procura de lazer e descanso. Poucos buscam o ecoturismo em sua essência. Ou em outras palavras, mergulhos na cultura regional, interesse pela história da região, visita às casas de farinha, busca do canto dos pássaros ou do silêncio das trilhas, encontro com as raízes de um mundo mais simples e inteiro.
“As trilhas interpretativas, a vivência em comunidades tradicionais e a exploração de nossas formações geológicas são um produto único, exclusivo, que é muito valorizado pelo turista internacional e pelos ecoturistas. Vale a pena vir para cá e ficar no mínimo cinco dias”, afirma Valéria Petinari, sócia-diretora da Agência Receptiva Vereda Adventure.
De acordo com Valéria, os pacotes são montados de acordo com o perfil do cliente. “Nossa agência oferece o trivial, desde banhos em cachoeira com almoço regional, a experiências místicas sobre as plataformas das mesas”, afirma a executiva.
Voos e soja
A base econômica da região ainda é a pecuária e a plantação de soja em larga escala. A primeira, por sua tradição e importância colabora no abastecimento do mercado consumidor de carne de Araguaína e Palmas, a segunda, mais recente, espalha-se pelos estados do Maranhão e do Tocantins por meio de uma produção mecanizada e com modernas técnicas de colheita. Ambas, com pouca contratação ou aproveitamento de mão de obra local.
Grande empresa
“Temos uma grande empresa que é a natureza que gera inúmeros empregos. Nossa obrigação é usar o que esta empresa nos oferece, transformando esse uso em serviço e mão de obra”, afirma o prefeito de Carolina, Erivelto Teixeira Neves. Uma das preocupações do trade turístico da cidade é justamente o acesso a essa indústria da contemplação. A cidade de Carolina fica a cerca de 800 quilômetros da capital do Estado do Maranhão, São Luis e a 220 quilômetros de Imperatriz. De acordo com o secretário Leonardus Borges, algumas tratativas com companhias aéreas estão em andamento para trazer voos diretos para Carolina. “Estamos em discussão com algumas companhias aéreas que operam regionalmente, de trazer para cá voos diretos – que possam nos atender na alta temporada”, afirmou Borges.
A fala do prefeito e do secretário resumem o potencial do município e da região. Tanto que o trade turístico de Carolina uniu forças para, em médio prazo, efetivar o pólo Chapadas das Mesas, integrando os municípios de Estreito e Riachão. A lição de casa já começou. Carolina com apoio da Passaredo Linhas Aéreas trouxeram na última semana (de 30 de janeiro a 3 de fevereiro) um grupo de oito jornalistas de vários veículos de comunicação do sudeste (maior pólo emissor para o destino) para produzirem material sobre este banquete sensorial.
Passaredo é parceira do destino
A Passaredo Linhas Aéreas tem voo diário de São Paulo para Araguaína, no Tocantins, que fica a aproximadamente uma hora e meia de Carolina. O voo é realizado em aeronaves ATR-72. Implantado há oito anos, esse voo se justificou pelo grande pólo produtor de soja da região. De acordo com Jamila Alassiri, analista sênior de Revenue da Passaredo, o voo se mantém por tanto tempo porque a economia da região é forte. “Com o incremento do ecoturismo, mais do que se justifica manter esse trecho”, afirmou ao DIÁRIO.
Serviço:
Agência Zeca Tur Turismo – 99 9167-9902 Whatsapp
Guia de Turismo Ecológico Renilton 99 9212 7277 Whatsapp
Agência de receptivo Vereda Adventure – 11 980885252 Whatsapp
Secretaria de Turismo de Carolina (secretário Leonardus Borges) – 99 81360824 Whatsapp
Prefeitura Municipal de Carolina – www.carolina.ma.gov.br
Passaredo Linhas Aéreas – www.voepassaredo.com.br
*O jornalista Paulo Atzingen viajou ao Maranhão a convite da Passaredo Linhas Aéreas e da Secretaria de Turismo de Carolina