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Uma das grandes atrizes de sua geração, com papéis memoráveis na televisão e no cinema, Cláudia Abreu passou os últimos três anos numa grande busca em “querer se surpreender e dar algo novo para um público” que já a conhece há tanto tempo.
Essa vontade se traduziu em “Virginia”, espetáculo baseado na história da escritora britânica Virginia Woolf e que estará em cartaz nesta sexta e sábado no teatro do Minas Tênis Clube. O trabalho marca a estreia de Cláudia como dramaturga.
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“Cada vez mais eu quero fazer os meus projetos”, registra a atriz, que também se soma às funções de produtora e protagonista. Ela está sozinha no palco, situação que vive pela primeira vez na carreira. “Foram vários desafios num só projeto”, admite.
O maior desafio, assinala, é escrever. “Porque nunca foi a minha profissão primeira”. Na verdade, ela vem de uma experiência como roteirista da série infantil “Valentins”, exibida no canal Gloob, dividindo a autoria com Flávia Lins e Silva.
“Mas partir para um recorte meu, autoral, sobre uma figura tão emblemática e marcante, realmente era uma empreitada”, afirma Cláudia, que assumiu a tarefa de frente, a partir de um grande trabalho de pesquisa que envolveu uma pós-graduação em Letras, na PUC do Rio.
“Todas as vezes que, de alguma maneira, eu me intimidei com isso, eu rapidamente me convenci de que não precisava fazer um tratado sobre a Virginia, literário, biográfico. Eu precisava fazer o meu recorte”, analisa, após pouco mais de um mês da estreia da peça.
Uma grande questão profissional permeou a pré-produção do espetáculo. “De tudo que li de vida e obra, o que me importa contar? O que vai me levar ao palco todos os dias e enfrentar essa solidão, esse abismo, que é a imprevisibilidade do teatro?”.
A resposta estava em Virginia Woolf e tudo o que ela representa como uma mulher que esteve à frente de seu tempo e que enfrentou o machismo. Esse encontro já havia acontecido no início da carreira, aos 18 anos, quando participou da adaptação de ‘Orlando’, dirigida por Bia Lessa.
“Quando voltei a ler o trabalho dela, de 2016 para cá, realmente foi um outro encontro que eu tive, muito mais profundo. Fiquei muito surpresa de como eu me identificava com ela, com a forma como ela escrevia. Era muito sensível, tinha uma percepção fina da realidade”, destaca.
O recorte que buscou foi o do humano, mais do que a história em si. “Dentro dessa existência, você coloca as tragédias pessoais, a formação intelectual, apesar dos obstáculos, a visão dela sobre a criação, sobre ela mesma e a própria sanidade”, pondera.
Ela se vê como um ser humano, uma atriz, que se deixa devorar pelo público, no sentido de estar ali entregue, sozinha, num papel em que o esforço de consciência se quebra nas várias vozes que a escritora escutava em vida e que se refletiu no estilo literário.
É o que também explica a escolha pelo monólogo. “As vozes estão dentro da cabeça dela. São elas que, antes de se afogar, contam a história. Não tinha como não estar sozinha em cena, porque sou eu que tenho que ter todo esse universo dentro da minha cabeça sendo Virginia”.
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O maior desafio, assinala, é escrever. “Porque nunca foi a minha profissão primeira”. Na verdade, ela vem de uma experiência como roteirista da série infantil “Valentins”, exibida no canal Gloob, dividindo a autoria com Flávia Lins e Silva.
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“Todas as vezes que, de alguma maneira, eu me intimidei com isso, eu rapidamente me convenci de que não precisava fazer um tratado sobre a Virginia, literário, biográfico. Eu precisava fazer o meu recorte”, analisa, após pouco mais de um mês da estreia da peça.
Uma grande questão profissional permeou a pré-produção do espetáculo. “De tudo que li de vida e obra, o que me importa contar? O que vai me levar ao palco todos os dias e enfrentar essa solidão, esse abismo, que é a imprevisibilidade do teatro?”.
A resposta estava em Virginia Woolf e tudo o que ela representa como uma mulher que esteve à frente de seu tempo e que enfrentou o machismo. Esse encontro já havia acontecido no início da carreira, aos 18 anos, quando participou da adaptação de ‘Orlando’, dirigida por Bia Lessa.
“Quando voltei a ler o trabalho dela, de 2016 para cá, realmente foi um outro encontro que eu tive, muito mais profundo. Fiquei muito surpresa de como eu me identificava com ela, com a forma como ela escrevia. Era muito sensível, tinha uma percepção fina da realidade”, destaca.
O recorte que buscou foi o do humano, mais do que a história em si. “Dentro dessa existência, você coloca as tragédias pessoais, a formação intelectual, apesar dos obstáculos, a visão dela sobre a criação, sobre ela mesma e a própria sanidade”, pondera.
Ela se vê como um ser humano, uma atriz, que se deixa devorar pelo público, no sentido de estar ali entregue, sozinha, num papel em que o esforço de consciência se quebra nas várias vozes que a escritora escutava em vida e que se refletiu no estilo literário.
É o que também explica a escolha pelo monólogo. “As vozes estão dentro da cabeça dela. São elas que, antes de se afogar, contam a história. Não tinha como não estar sozinha em cena, porque sou eu que tenho que ter todo esse universo dentro da minha cabeça sendo Virginia”.