Abertura oficial acontece no dia 13 de setembro, no Parque Municipal, com dois espetáculos nacionais


Como sói acontecer a cada dois anos, desde sua criação, em 1994, o anúncio do espetáculo ao qual é delegada a função de abrir oficialmente o Festival de Teatro Arte & Rua – FIT BH é ansiosamente aguardado pelo público que o evento tratou de formar no curso de sua história.
E o fato de a atração da 14 ª edição ter sido entregue a dois grupos nacionais já reverbera algumas das diretrizes que, num escopo mais amplo, caracterizam toda a grade que será oferecida de 13 a 23 de setembro.


Nestes dez dias, nove e espetáculos internacionais e 11 de grupos e artistas nacionais, além de locais, vão tratar de discutir pautas urgentes dos dias atuais, sob o guarda-chuva do conceito “Corpos-Dialeto”.Os espetáculos internacionais e nacionais foram anunciados ontem, em um encontro com a imprensa (no foyer do Teatro Francisco Nunes) que contou com a presença do corpo curatorial e da presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabiola Moulin, e da representante da Instituto Periférico (parceiro do evento), Gabriela Santoro.


No lugar da praça da Estação, o parque Municipal René Gianetti foi o cenário escolhido para acolher, logo na abertura, no dia 13, a partir das 19h, os espetáculos “Batucada”, do coreógrafo piauiense Marcelo Evelin, e “Looping: Bahia Overdub”, idealizado pelos baianos Felipe de Assis, Leonardo França e Rita Aquino. Se na edição passada o cortejo de abertura esteve sob a competência dos franceses da Compagnie Off, com o potente espetáculo “Les Girafes”, a decisão de valorizar a produção nacional se alinha à vontade de deixar de lado uma chamada visão eurocêntrica, alvo de críticas em edições passadas. Mas não só.


Em uma iniciativa inédita, este ano o FIT está convocando a sociedade civil – ou seja, artistas ou não – a participar de uma seleção para residências que, ao final, resultarão na participação nos espetáculos de abertura. As inscrições podem ser feitas até o próximo sábado, dia 2, por meio de preenchimento do formulário online disponível no site oficial (www.fitbh.com.br).


Da cena nacional serão apresentados os trabalhos: "A Gente Combinamos de Não Morrer" (PB), "A Invenção do Nordeste" (RN), “Assembleia Comum” (MG), "Batucada" (PI), "Chapeuzinho Vermelho" (RS), "Do Repente" (TO), "Isto é um Negro?" (SP), "Looping" (BA), "Merci beaucoup, blanco!" (BA), "Quaseilhas" (BA), incluindo dois trabalhos de Belo Horizonte - "Assembleia Comum" e a performance "Chorar os Filhos", de Nina Caetano. Já na internacional, serão apresentados os espetáculos "Arde brillante en los bosques de la noche" (Argentina), "Black Off (África do Sul/Suíça), "Ceci N'est Pas Noire" (Inglaterra/Bélgica/Zimbabue), "Donde Viven los Barbaros" (Chile), "Eve" (Escócia), "Libertação" (Portugal), "Simón, el Topo" (Peru), "Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas" (Portugal) e "Unwanted" (Ruanda/França).


Para a Mostra Local do festival serão escolhidos ao menos oito espetáculos da capital mineira e Minas Gerais que contaram com processo de seleção por meio de regulamento, totalizando o recorde de 178 inscrições.


PROJETOS ESPECIAIS


A 14ª edição do FIT-BH promoverá diversas ações de formação, reflexão e intercâmbio. Serão realizadas oficinas com companhias que se apresentam no evento, residências artísticas, workshop, debates pós-espetáculo e produção de críticas. Além disso, será promovido um evento de capacitação de negócios com o intuito de potencializar a visibilidade e circulação da produção cênica da capital mineira - o CENABELORIZONTE.
Desde a sua criação em 1994, o FIT-BH conquistou espaço no calendário cultural de Belo Horizonte.

Durante 24 anos e 13 edições, o festival recebeu companhias e artistas de 42 países e ofereceu ao público belo-horizontino 365 espetáculos com linguagens e formatos diferentes, que ocuparam diversos teatros, espaços públicos e alternativos da capital. Desse total, 115 obras foram apresentadas por grupos e coletivos de Minas Gerais. A edição de 2018 será realizada com o valor total de cerca de 3,4 milhões de reais, semelhante ao realizado na edição de 2016, que totalizou 3,6 milhões.