A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) o pedido de autorização de uso emergencial da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida parceria com a universidade de OxFord, nesta sexta-feira (8). A entidade pediu para que 2 milhões de doses produzidas e importadas do laboratório Serum, na Índia, sejam usadas experimentalmente no Brasil.

"A Anvisa já iniciou a triagem dos documentos presentes na solicitação e na proposta de uso emergencial que o laboratório pretende fazer. As primeiras 24h serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e checar se os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode solicitar as informações adicionais ao laboratório",  informou a agência reguladora em nota à imprensa.

Há um prazo de dez dias para finalização da análise. "A meta da Anvisa é fazer a análise do uso emergencial em até 10 dias, descontando eventual tempo que o processo possa ficar pendente de informações, a serem apresentadas pelo laboratório", continua o texto. 

"Momento histórico"

Em nota à reportagem, a Fiocruz classificou o pedido como "um momento histórico" para a instituição, e disse que o pedido inicial é "uma estratégia adicional" no combate à Covid-19. 

“Este é um momento histórico para a Fiocruz. A submissão desse pedido de autorização para uso emergencial da nossa vacina covid-19, desenvolvida em parceria com a unidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, é um passo importante para que possamos ter acessível, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), uma vacina eficaz e segura para o Sistema Único de Saúde", declarou a presidente a Fiocruz, Nísia Trindade Lima, no texto. 

Data de recebimento das vacinas será confirmada em breve

As vacinas importadas, informou a Fiocruz, chegarão em data a ser confirmada "em breve" no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e "seguirão, no mesmo, dia" para a instituição para serem rotuladas. 

No dia seguinte ao recebimento, garante a instituição, as doses do imunizante poderão "seguir diretamente para distribuição, que está sob responsabilidade do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19".

Registro definitivo deve acontecer até 15 de janeiro

A Fiocruz ressaltou, também, que o proecsso de submissão do registro definitivo da vacina da AstraZeneca, que ampliará a possibilidade de aplicação para toda a população, continua em tramitação junto à Anvisa e deve acontecer até o próximo dia 15.  

"Com a entrega das primeiras vacinas em fevereiro, a Fundação vai escalonar a produção ao longo dos meses para atingir a marca de 50 milhões de doses até abril e 100,4 milhões de doses até julho de 2021", explica a entidade.

"De agosto a dezembro, serão mais 110 milhões de doses de vacinas produzidas inteiramente na instituição, garantindo autonomia para o país e continuidade da vacinação para toda a população brasileira", continua.

Vacina tem eficácia de 73%

A vacina de Oxford, que será produzida pela Fiocruz, tem eficácia de 73% contra a Covid-19 e, de acordo com a fundação, impediu, durante os testes, em 100% casos de hospitalização. O imunizante pode ser administrado em uma ou duas doses. 

"A vacina é capaz de induzir a produção de anticorpos em 98% das pessoas após a primeira dose e, em 99% delas, após a segunda dose, o que demonstra a alta taxa de soroconversão. Segundo evidências apontadas pelos estudos, quando aplicada uma segunda dose com intervalo de três meses, a produção de anticorpos e da resposta imunológica aumentaria cerca de oito vezes", conclui o laboratório.