A pesquisa avaliou o tempo de uso do produto tanto para aquelas que usam atualmente, quanto para as que utilizaram no passado
Um estudo divulgado em umas das mais prestigiadas publicações científicas do mundo, o New England Jornal Of Medicine, revelou que o risco absoluto de diagnóstico de câncer de mama é de três casos para cada grupo de mil mulheres que usam anticoncepcional. A pesquisa avaliou o tempo de uso do produto tanto para aquelas que usam atualmente, quanto para as que utilizaram no passado. O estudo alcançou as usuárias de DIUs com progesterona, que também apresentaram risco à doença.
Realizada na Dinamarca, a pesquisa contou com a participação de 1,8 milhão de mulheres, na faixa etária entre 15 e 49 anos, que nunca tiveram nenhum tipo de câncer, nem tromboembolismo ou realizado tratamento para infertilidade. Durante 10 anos as pacientes foram acompanhadas e foram registrados 11.517 casos de câncer de mama. Segundo o estudo, houve um caso a mais de câncer do que o esperado para cada 7.690 mulheres que usam anticoncepcionais hormonais.
Ainda de acordo com o estudo, o risco de câncer de mama em mulheres que usam anticoncepcional até os 50 anos é de 2%, para as mulheres que usaram por um ano foi para 2,2%. As que usaram por mais de 10 anos o risco identificado foi de 2,76%.
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Antônio Luiz Frasson, disse em nota que o estudo não avaliou o impacto na mortalidade geral por câncer e reforça o entendimento da que o uso de anticoncepcionais reduz o risco de câncer de ovário, de endométrio e colorretal.
A ginecologista e mastologista, Maria Luiza Nagel, que atende pacientes em Florianópolis, destaca que nem o estudo Dinamarquês e nem a SBM recomendam que as mulheres interrompam o uso do anticoncepcional que estiverem usando.
Baseado neste estudo e em estudos prévios sobre a relação ao uso de anticoncepcionais orais e câncer de mama, a médica orienta que cada mulher usuária de anticoncepcionais e demais métodos contraceptivos como os Dius, avalie e discuta com o seu médico sobre os riscos e os benefícios desta decisão.