CUIDADOS COM A PELE
 
As doenças de pele, quando manifestadas nitidamente no corpo humano, provocam medo e até receio em muitas pessoas. As patologias, além de interferir na qualidade de vida, também afetam a autoestima dos pacientes. Comumente identificada, a psoríase é uma das enfermidades da pele que acenderam um alerta para seus cuidados e tratamentos. A doença, considerada crônica, autoimune e não contagiosa, atinge cerca de 3% da população mundial, isto é, 125 milhões de pessoas em todo o mundo. Para tornar visível as causas da patologia, foi criado o Dia Mundial da Psoríase, celebrado neste 29 de outubro. 

No Brasil, cerca de 5 milhões de pacientes sofrem com a doença. Em razão disso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), promove anualmente a Campanha Conscientização da Psoríase, que visa combater o preconceito e incentivar as pessoas a se protegerem. Em 2022, a ação tem como slogan “Juntos com você", para “reforçar a cada paciente que ele não está sozinho na luta contra a psoríase, e que buscar assistência especializada é o caminho mais eficaz para tratar a doença e conquistar mais qualidade de vida,” destaca a SBD. 

O vice-presidente da Regional Minas da SBD, Abrahão Osta, explica que a doença é caracterizada por placas vermelhas, que apresentam escamas brancas aderidas, normalmente, nas áreas de dobras do corpo, como por exemplo, nos cotovelos e joelhos. O médico ainda destaca que as lesões podem aparecer no couro cabeludo, na palma dos pés ou das mãos, nas unhas e até nas articulações. “A gente precisa ressaltar que a psoríase não é contagiosa. Existe esse estigma, e às vezes, a pessoa vê um portador da doença e fica com medo. Mas, o contato com pacientes não precisa ser evitado,” enfatiza Osta. 


Um dos principais fatores que influenciam no surgimento ou agravamento do quadro da enfermidade é o histórico familiar. De acordo com a SBD, entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase têm familiar de primeiro grau diagnosticado com a patologia. Abrahão evidencia que os fatores emocionais, como o estresse, são potenciais agravantes. “Quando as lesões se evoluem, elas se espalham pelo corpo e desenvolvem dores articulares, nas mãos e ainda provocam queda de cabelo,” diz o médico. 

 
Diferenciar as lesões originadas da psoríase não é tarefa muito simples. Alergias e micoses podem ser confundidas com as manchas da doença. Por isso, Osta orienta que as pessoas procurem um atendimento especializado para fazer os exames, e em caso de confirmação, iniciem o tratamento. “Os tratamentos evoluíram muito e, apesar do alto custo, são disponibilizados pelo sistema público de saúde, assim como os medicamentos”.

Prevenção


Um estilo de vida saudável pode ajudar na diminuição da progressão ou melhora da psoríase. Por isso, é recomendável alimentar-se adequadamente, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo, e monitorar o peso. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos apenas na região das lesões e exposição solar orientada por dermatologista podem ser suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas. É importante estar atento aos sinais. Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento.