Mesmo vacinados, pequenos entre 1 e 5 anos devem ser imunizados contra as duas doenças
A convocação aos pais e aos responsáveis está feita. Toda criança entre 1 e 5 anos, independentemente da situação vacinal, deve ser levada a um posto de saúde a partir da próxima segunda-feira, dia 6, para ser vacinada contra a poliomielite (paralisia infantil) e contra o sarampo.
Até mesmo os pequenos que já receberam as vacinas previstas na caderneta de vacinação devem ser imunizados na Campanha Nacional de Vacinação contra sarampo e poliomielite. Quem nunca tomou a vacina contra a pólio receberá uma dose injetável. Aqueles que já receberam uma ou mais doses terão um reforço oral (a gotinha). Quanto à triviral (contra sarampo, caxumba e rubéola), mesmo as crianças que já tomaram as duas doses previstas (aos 12 e aos 15 meses) receberão um reforço. As exceções são aquelas vacinadas nos últimos 30 dias contra sarampo.
A pasta informou que o público infantil foi escolhido por conta da baixa cobertura vacinal e porque é mais suscetível às doenças e as suas complicações. “É o momento de chamar todas as crianças, criar uma barreira sanitária e corrigir possíveis falhas vacinais, porque as crianças podem não responder ao esquema, e dar um reforço adicional corrige essas falhas. Não tem risco de a criança ficar sobrecarregada”, disse a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do ministério, Carla Domingues, em coletiva transmitida pelas redes sociais.
No lançamento da campanha, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, alertou para os baixos índices de cobertura vacinal. Anunciou que já são 822 casos de sarampo no país – a maioria no Norte do Brasil, mas já há registros em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará e Rondônia. Occhi lembrou ainda que a cobertura vacinal contra a paralisia infantil ficou abaixo dos 80% em 2017 e que, para garantir a proteção contra a doença, considerada erradicada do país desde 1989, é necessária cobertura de 95%.
No dia 18 deste mês, um sábado, mais de 36 mil postos de saúde abrirão suas portas no Dia D de mobilização. A meta é vacinar mais de 11 milhões de crianças de 1 a 5 anos em todo o país – 1 milhão em Minas. Nesta quarta-feira (1), a Secretaria da Saúde concede entrevista para detalhar como será a campanha no Estado.
Pasta estuda estender horários
Brasília. Registrada de forma crescente nos últimos dois anos, a queda nos índices de vacinação tem preocupado especialistas no país diante do risco de retorno de doenças já eliminadas. O Ministério da Saúde atribui a redução a vários fatores, como uma falsa sensação de segurança dos pais diante da redução de doenças, o horário limitado das salas de vacinação e o avanço de informações falsas nas redes sociais.
Segundo o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, a pasta estuda medidas para tentar elevar os índices vacinais, como a extensão do horário de funcionamento das salas de vacinação no país. “Se alguém está trabalhando e não tem tempo de vacinar, percebemos que temos que ter algum tipo de ajuste. Estamos construindo soluções para que tenhamos um horário diferenciado”, disse. “Também precisamos ter alguma ação mais proativa na vacinação com creches e escolas. E manter o sistema de vacinações atualizado”, completou.
O risco de retorno das doenças
Sarampo
Neste ano, foram registrados 519 casos no Amazonas e 272 em Roraima, além de 14 casos no Rio de Janeiro, 13 no Rio Grande do Sul, dois no Pará, um em Rondônia e um em São Paulo. O sarampo era considerado eliminado no Brasil desde 2016.
Poliomielite
O Brasil está livre da doença desde 1990.