Em Baku, capital do Azerbaijão, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP29), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comentou em entrevista ao correspondendo de O TEMPO, Thiago Mtzker, sobre planos para avançar em políticas públicas ambientais no estado. Segundo o governador, Minas Gerais se comprometeu a zerar as emissões de carbono até 2050 e estuda financiamento para a instalação de energias sustentáveis em casas e comércios.

“Quando a tragédia de Mariana ocorreu, nada foi feito; tudo continuou como sempre foi, e tivemos a repetição em 2019. Adotamos uma série de medidas, uma legislação nova para evitar que esse tipo de tragédia voltasse a ocorrer. Tivemos melhorias concretas, com 16 barragens descomissionadas, que ofereciam risco, e ainda temos mais cerca de 36 em processo de descomissionamento neste momento”, ressaltou o governador.

Zema destacou, ainda, o investimento em fontes de energia renovável, mencionando o crescimento da energia fotovoltaica desde 2019 e o compromisso de Minas com a neutralização de emissões de gases de efeito estufa. “Além de limitarmos danos ao meio ambiente pela atividade minerária, multiplicamos por 20 a quantidade de energia fotovoltaica desde 2019 e fomos o primeiro estado do Brasil e do hemisfério sul a assinar o compromisso ‘Race to Zero’ com o Reino Unido, há cerca de quatro anos, visando anular a emissão de gases de efeito estufa até 2050”, explicou.

Enquanto comentava avanços de políticas públicas ambientais em Minas, o governador aproveitou para fazer uma crítica velada a outros políticos ao apontar que “fazer o discurso verde e se dizer protetor do meio ambiente é a coisa mais fácil do mundo, mas envolver as empresas e a sociedade civil, como fizemos com a FIEMG e a FAEMG, é outra história. Infelizmente, nessa questão ambiental, há muito discurso, muita retórica, e poucas ações efetivas e concretas”.

Questionado se irá investir em medidas de incentivo à população civil e comércio, Zema destacou que pensa em usar o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para financiar a instalação de fontes de energia sustentáveis em casas e comércios no estado. “Muitas vezes, o gargalo acontece devido a alguém querer tomar uma medida, mas não ter o recurso inicial. O caso é a própria energia fotovoltaica para uso residencial e comercial, que poderia ser utilizada, mas as pessoas não têm o recurso suficiente para adquirir”, concluiu.

Presente na COP29, o governo de Minas Gerais irá lançar uma atualização do portfólio “Cases de Sucesso”, com exemplos de ações voltadas para preservação ambiental. A abertura do evento será realizada pelo governador, e contará com a participação da secretária de Meio Ambiente, Marília Melo, do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passálio, e do secretário adjunto e diretor do ICLEI Brasil, Rodrigo Corradi. O presidente da CEMIG, Reinaldo Passanezi Filho, e o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, também participarão como palestrantes.