Menos de 24 horas após Bilac Pinto deixar o cargo de secretário do Governo, o posto já tem um novo comandante. Na tarde desta quinta-feira (12), o governador Romeu Zema (Novo) informou que a função será assumida por Igor Eto, que até então era secretário-geral.

A troca no secretariado ocorreu após uma crise se instalar na atual gestão, depois que o chefe do executivo sancionou parcialmente o reajuste do funcionalismo da segurança pública. Ao invés de conceder aumento de 41,7% escalonado até 2022, como havia sido proposto pelo próprio governo, o Estado ofereceu recomposição salarial de 13% para a categoria em 2020. Além disso, vetou qualquer tipo de aumento para outras áreas.

Após a decisão, Bilac Pinto deixou o cargo. O vice-governador Paulo Brant também saiu do Novo, mesmo partido de Zema. Com as baixas, novos nomes foram ventilados para a secretaria. "A escolha se deu em função da extrema confiança que o governador nutre para com Eto. O secretário acompanha Romeu Zema na administração desde a posse. O governador acredita que a juventude e energia de Eto serão de fundamental importância no enfrentamento dos enormes desafios que circundam o Estado", diz trecho da nota enviada pelo Estado.

No comunicado, Zema também disse que pretende "estreitar a parceria com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, demais poderes e municípios".

Dança das cadeiras

Para a vaga deixada por Etos na secretaria-geral, foi nomeado o vereador Mateus Simões (Novo). "Simões terá como missão a coordenação da articulação interna entre as secretarias e órgãos do Estado, de forma a promover o aprimoramento e efetividade das políticas públicas prestadas pelo Executivo", destacou o governo.

Por causa do novo cargo, além de abrir mão do posto de parlamentar, Simões também não vai poder disputar a eleição para Prefeitura de Belo Horizonte.

Veto parcial

Ao barrar o reajuste de 41,7%, Zema citou a redução da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2020, avanço da pandemia do coronavírus e queda nos preços do petróleo. Todos esses fatores, de acordo com o governo de Minas, geram incerteza sobre o desempenho da atividade econômica.

Além da oposição, a bancada aliada também criticou a decisão. Em nota assinada pelo deputado Gustavo Valadares (PSDB), o bloco do governo disse que "não foi convidado para o diálogo" e que o projeto de lei havia sido aprovado "com o voto consciente e de confiança de 66 dos 77 deputados".