CPI DA COVID


O empresário Carlos Wizard optou por permanecer em silêncio durante depoimento quarta-feira (30/6) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado. A testemunha conseguiu o direito ao silêncio por meio do Supremo Tribunal Federal (STF).

Wizard fez uma introdução citando trechos bíblicos e, ao final, comunicou que ficaria em silêncio. A partir de então, a declaração seguinte se perpetuou: "Me reservo o direito de permanecer em silêncio".
 
O fato irritou alguns senadores, mas Alessandro Vieira (Cidadania-SE) relembrou que as perguntas poderiam ser feitas pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), ou pelos demais parlamentares. Wizard pode optar por qual questionamento prefere o silêncio.

Carlos Wizard durante reunião desta quarta-feira 930/6) na CPI da COVID(foto: Reprodução/YouTube TV Senado)
Wizard iria depor inicialmente em 17 de junho, mas faltou sem justificativa plausível pelos senadores. Diante do fato, a CPI pediu condução coercitiva para que Wizard se apresentasse à CPI.
 
O empresário, que alegou que estava nos Estados Unidos para tratar de questões familiares, entrou em contato com os senadores para agendar uma nova data e horário do depoimento, dispensando o uso das forças de segurança.


Apesar disso, assim que Wizard chegou ao Brasil, na última segunda-feira (28/6), seu passaporte foi retido. A presença do empresário atende a requerimento do senador Alessandro Vieira, membro titular da CPI.


O objetivo do depoimento, segundo o texto, é 'esclarecer os detalhes de um ministério paralelo da Saúde, responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo federal com relação às medidas de enfrentamento da pandemia, incluindo a sugestão de utilização de medicamentos sem eficácia comprovada e o apoio a teorias como a da imunidade de rebanho'. Wizard depõe na condição de testemunha.


A comissão apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. Ela foi instalada em 27 de abril deste ano.