Fonte: Minas 247 - Candidato de Aécio Neves ao governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia, do PSDB, se mostrou um grande aliado de Michel Temer no Congresso Nacional, hoje reprovado por quase 100% dos brasileiros, além de ter sido um dos parlamentares que mais contribuíram com a realização do golpe parlamentar que tirou uma presidente eleita e sem crime de responsabilidade, Dilma Rousseff, da Presidência da República.
Entre os seus votos como senador, destaca-se os que foram a favor da PEC do teto dos gastos, que congelou os gastos sociais por 20 anos, sendo responsável direito por tragédias como o incêndio no Museu Nacional; a reforma trabalhista, que apenas aumentou o desemprego e retirou direitos de trabalhadores; a entrega do pré-sal a multinacionais; e ainda foi contra que Aécio Neves e Michel Temer perdessem o foro privilegiado e pudessem ser investigados.
Os estragos da EC 95
Vale destacar que os principais culpados pela tragédia do Museu Nacional são os políticos e tecnocratas que criaram a Lei do congelamento dos investimentos públicos durante 20 anos, assim como os deputados e senadores que votaram a favor dessa legislação contra o Brasil, que penaliza o povo brasileiro. Muitos parlamentares de Minas Gerais votaram pela aprovação da lei que está causando danos ao Brasil e sofrimento ao povo brasileiro. Os principais mineiros envolvidos são Aécio e Anastasia, que estiveram ainda entre os principais articuladores da legislação. Confira aqui como votou cada senador.
Alexandre Fortes, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRRJ lamenta e explica a dimensão da tragédia. Segundo ele, o incêndio do Museu Nacional, "acima de tudo, escancara o caráter criminoso das políticas de 'austeridade' transformadas em emenda constitucional. Para que nunca mais se repita a 'aventura' de gastar com educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia. Especialmente depois que se comprovou que esses gastos podem fazer a economia girar em favor do desenvolvimento e da redução da desigualdade".
Fortes lamenta e pergunta: "um país que deixa de vacinar suas crianças, que assiste ao crescimento da mortalidade infantil, que assassina 60 mil pessoas por ano, que vai colocar um psicopata imbecil que ensina crianças de colo a atirar no segundo turno, vai por acaso investir em cultura e ciência"? "Gente 'séria e responsável' do país certamente ficará aliviada de continuar a visitar o Louvre, o Metropolitan e British Museum sabendo que a gentalha não terá mais nem o gostinho de ver uma múmia ou um dinossauro por oito reais num lindo espaço público da Zona Norte", completa.
A 'reforma' que piorou o desemprego
Já o desemprego piorou com a aprovação da reforma trabalhista. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostram que logo após a entrada em vigor da reforma trabalhista o Brasil teve uma queda acentuada no número de empregos formais. No mês de novembro de 2017, quando a lei entrou em vigor, o saldo foi de menos 8.530 empregos formais. No mês seguinte, menos 339.381, o pior resultado do ano. Um exemplo do impacto da mudança na legislação foi a demissão de 1,2 mil professores pelo grupo de ensino superior Estácio de Sá, logo após o início da validade da reforma trabalhista.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de desemprego no Brasil subiu em janeiro para 12,2%, atingindo um total de 12,7 milhões de pessoas desempregadas. O DIEESE concluiu que a reforma trabalhista da forma como foi aprovada no governo Temer impede o acesso do trabalhador à Justiça, além de gerar desemprego e trabalho análogo à escravidão. Essa foi a avaliação consensual dos participantes da audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Veja como votou cada senador.
Entrega do pré-sal
Os tucanos mineiros também estiveram na linha de frente das articulações para transferir a maior parte da exploração do pré-sal, assim como os seus lucros, para empresas estrangeiras. Confira aqui.
O presidente da Shell Brasil, André Araújo, chegou a dizer recentemente ao jornal 'O Estado de S. Paulo' que "o pré-sal é onde todo mundo quer estar". Hoje, as áreas de pré-sal já são viáveis economicamente com o preço do barril de petróleo variando entre US$ 30 a US$ 40. No Oriente Médio, essa faixa de equilíbrio vai de US$ 20 a US$ 40.
Um único poço de pré-sal é capaz de produzir até 40 mil barris por dia, volume equivalente ao de campos inteiros de pós-sal, que contam com diversos poços. Assim, a região atingiu uma marca de produtividade 30% superior à projetada na sua descoberta, em 2006, destaca Helder Queiroz, professor de Economia da Energia da UFRJ e ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Hoje, 1,5 milhão de barris são retirados do pré-sal diariamente, mais da metade da produção nacional.
Grade parte do dinheiro, que poderia ir para a educação e a saúde no Brasil, está sendo canalizado para empresas dos Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, França e China.