A reeleição de Eduardo Paes (PSD) para a prefeitura do Rio de Janeiro evidenciou a queda de influência de Jair Bolsonaro (PL) na cidade. De acordo com informações do G1, Paes conquistou a maioria dos votos em todas as 49 zonas eleitorais da capital fluminense, inclusive em redutos bolsonaristas, que nas eleições de 2022 foram decisivos para o ex-mandatário.

Durante a campanha, Bolsonaro investiu pessoalmente na candidatura de Alexandre Ramagem (PL), subindo em palanques, pedindo votos e marcando presença em comerciais televisivos para alavancar seu aliado. No entanto, o apoio não foi suficiente para reverter o cenário desfavorável. Enquanto Bolsonaro apostava em sua popularidade, Eduardo Paes já havia selado um acordo estratégico com o presidente Lula (PT), que apoiou sua candidatura desde o início do período eleitoral.

O PT inicialmente tentou influenciar a composição da chapa de Paes, pressionando pela indicação do candidato a vice. No entanto, cedeu e aceitou Eduardo Cavaliere, deputado estadual e ex-secretário da cidade, também do PSD. 

Em 2022, Lula não havia conseguido vencer na capital, obtendo 47% dos votos, enquanto Bolsonaro conquistou 52%. Na ocasião, o petista concentrou suas vitórias na zona sul e em algumas partes da zona norte. Agora, nas eleições municipais, Paes não apenas consolidou esses redutos, atingindo mais de 55% dos votos, mas também avançou significativamente na zona oeste, área de domínio bolsonarista. Em Campo Grande, por exemplo, onde Bolsonaro havia alcançado 64% dos votos, Paes garantiu 59% neste ano. Em Santa Cruz, outro reduto bolsonarista que deu 62% dos votos a Bolsonaro em 2022, o prefeito reeleito obteve expressivos 70%.

A reeleição de Eduardo Paes, com um desempenho superior nas mesmas áreas que Bolsonaro dominou anteriormente, sugere um enfraquecimento da base eleitoral bolsonarista. O apoio de Lula, articulado previamente, parece ter sido um fator determinante para a consolidação da vitória de Paes.

 

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