INTERROGATÓRIO

BRASÍLIA - O senador Carlos Viana (Podemos-MG) confirmou que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, prestará depoimento na segunda-feira (15/9) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga a fraude no Instituto Nacional do Seguro Social. De acordo com Viana, que é presidente do colegiado, a confirmação foi feita pelos advogados de Antunes. 

O interrogatório foi marcado na última semana, mas Antunes foi preso pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (12/9) em um desdobramento da operação sobre o esquema. A CPMI chegou a pedir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça a garantia do depoimento, mas o magistrado tornou facultativa a ida de Antunes.

“Nós estamos em contato com a defesa do suspeito e ele confirmou que deseja ir à CPMI para apresentar a versão que ele tem de todo esse escândalo, de todos os fatos que estão sendo divulgados”, disse Viana neste domingo (14/9).  

“Nós estamos organizando um grande esquema de segurança juntamente com a Polícia Legislativa, a Polícia Federal, para que ele seja recebido e possa falar livremente na CPMI e dizer aos brasileiros como tudo aconteceu. Nós esperamos uma colaboração voluntária para que ele exponha com clareza tudo o que ele sabe em relação ao escândalo do INSS”, completou o presidente da CPMI. 

A sessão desta segunda-feira está marcada para começar às 16h. A cúpula da CPMI ainda articula o depoimento do empresário Maurício Camisotti, também preso pela PF, em outra sessão prevista para a quinta-feira (18/9). Assim como Antunes, Mendonça não determinou a obrigação da ida de Camisotti, e deixou facultativa. 

O principal argumento é que os interrogatórios estavam marcados e confirmados antes das prisões ocorrerem e são fundamentais. Ainda, que o adiamento ou o não comparecimento de convocados prejudica o trabalho da CPMI, que tem até março de 2026 para concluir a apuração. 

Antunes foi apontado pela PF como figura central do esquema de fraude no INSS, com suspeita de ser o receptor de R$ 53,9 milhões de associações envolvidas nos descontos não autorizados na folha de aposentados e pensionistas. Ele já vinha sendo alvo de uma série de ações policiais nos últimos meses. Já Camisotti é dono de companhias de seguros e planos de saúde.