Violência de gênero

O vereador reeleito de Medina, cidade de 20 mil habitantes no Vale do Jequitinhonha, Ailson Batista de Figueiredo (MDB), conhecido como Codó, foi condenado pela Justiça Eleitoral a indenizar em R$ 20 mil sua colega Tatyana da Saúde (Republicanos), única mulher a ocupar uma vaga na Câmara Municipal da cidade, por violência política de gênero.

Ele também foi condenado a um ano e seis meses de reclusão, pena substituída pelo pagamento de duas prestações pecuniárias, cada uma no valor de cinco salários mínimos, que poderão, em caso de não cumprimento, ser convertidas em prisão. A sentença foi proferida nesta terça-feira (12/05) pelo juiz Arnon Argolo Matos Rocha, da 175ª Zona Eleitoral de Medina. Ainda cabe recurso.

Em outubro passado, após o resultado das eleições municipais, durante um comício em praça pública para comemorar a vitória de Lucas Luterplan (MDB) para o cargo de prefeito, Codó, ao microfone, chamou Tatyana e sua irmã, Aline Azevedo de Figueiredo, de "vagabundas e safadas", além de proferir comentários misóginos contra as duas. As ofensas foram gravadas e o vídeo viralizou na cidade.

De acordo com a sentença, os "motivos do crime foram de natureza política, visando descredibilizar a vítima em razão de sua eleição e dificultar o desempenho de seu mandato". O juiz também ressaltou que "as consequências do crime foram significativas para a vítima, que se sentiu constrangida e humilhada publicamente, com grande repercussão social do fato".

Na denúncia, o Ministério Público de Minas Gerais, por meio da Promotoria Eleitoral, argumenta que o vereador reeleito humilhou Tatyana, "utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher, com a finalidade de impedir ou dificultar sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo".

Tatyana foi secretária de Saúde de Medina por sete anos.

A reportagem não conseguiu localizar o vereador condenado. O espaço segue aberto para sua manifestação.