Brasil247 - A declaração feita por Donald Trump nesta segunda-feira (7), em defesa de Jair Bolsonaro (PL), foi duramente criticada pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ). Em publicação nas redes sociais, o parlamentar classificou a manifestação do presidente dos Estados Unidos como uma “interferência direta nos procedimentos judiciais do Brasil” e alertou para o risco concreto de uma crise diplomática entre os dois países.

A reação ocorre após Trump afirmar que o Brasil estaria cometendo uma “terrível injustiça” contra Bolsonaro, hoje réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado. O presidente norte-americano alegou que Bolsonaro “não é culpado de nada” e que deveria ser julgado apenas “pelo povo brasileiro” em eleições, e não pelo sistema de Justiça. Ao final da publicação, ele exigiu: “deixem Bolsonaro em paz”.

Para Lindbergh, trata-se de uma violação grave da soberania nacional. “O fato de um presidente estrangeiro tentar influenciar nossos processos internos atenta gravemente contra a independência da Justiça e compromete a autoridade do Estado brasileiro”, afirmou. Ele também advertiu que esse tipo de ação extrapola os limites da diplomacia: “esse tipo de intervenção cria uma clara ameaça diplomática: premissas de chantagem, retaliação ou pressão externa — sob o pretexto de proteger aliados políticos — abrem caminho para conflitos entre nações”.

A manifestação de Trump, que tem relação pessoal com Bolsonaro e enfrenta dezenas de processos nos EUA, foi entendida como tentativa de impor pressão ao Estado brasileiro. Para o deputado do PT, transformar “processos legais em tema de disputa bilateral” compromete a credibilidade internacional do país. Ele exigiu que qualquer tentativa de interferência estrangeira seja enfrentada com firmeza pelo governo Lula (PT).

“É urgente reafirmar: nossos órgãos judiciais são legítimos e autônomos, e não aceitarão ser subordinados a interesses de governos estrangeiros. A soberania nacional não é barganha — qualquer tentativa de pressão deve ser repelida com firmeza, garantindo respeito à Constituição e aos pilares da democracia brasileira”, escreveu Lindbergh.