O empresário Tony Garcia anunciou, por meio de suas redes sociais, sua disposição de testemunhar a favor do ex-ministro José Dirceu em processos relacionados à Operação Lava Jato. Garcia alega ter sido coagido por Sergio Moro, em conluio com outros membros do Ministério Público Federal (MPF), a fazer acusações falsas contra Dirceu.

Na declaração publicada nas redes sociais, Tony Garcia expôs sua experiência, afirmando que foi forçado a dar uma entrevista à revista Veja em 2005, na qual acusava José Dirceu de envolvimento em atividades ilícitas. Segundo Garcia, as acusações eram fabricadas e faziam parte de uma estratégia orquestrada por Moro, Deltan Dallagnol, Januário Paludo e Carlos Fernando, visando prejudicar o Partido dos Trabalhadores (PT) e seus membros.

O empresário alega ter sido ameaçado com a prisão e a quebra de acordos caso se recusasse a cooperar na construção de um caso contra Dirceu. Tony Garcia credita ao juiz Eduardo Appio a remessa de seu acordo ao Supremo Tribunal Federal (STF), possibilitando a revelação dessas informações, que, de acordo com ele, expõem a perseguição implacável de Moro e do MPF contra o PT, utilizando José Dirceu como alvo.

No pedido apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), José Dirceu busca anular dois processos nos quais foi condenado durante a Operação Lava Jato. Ele invoca a decisão da Segunda Turma do STF, que considerou o ex-juiz Sergio Moro suspeito para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A estratégia de Dirceu é estender os efeitos dessa decisão para seus próprios casos, alegando que as condenações foram uma tentativa de atingir Lula.

Os advogados de José Dirceu, liderados por Roberto Podval, Daniel Romeiro e Viviane Santana Jacob Raffaini, argumentam que as acusações e sentenças proferidas por Moro contra Dirceu tinham como objetivo fortalecer as imputações contra Lula. Portanto, a suspeição reconhecida em relação a Moro em casos envolvendo Lula deveria ser aplicada igualmente a Dirceu, resultando na anulação dos processos criminais contra o ex-ministro.

O desdobramento deste caso promete ampliar ainda mais o debate em torno da imparcialidade das ações da Operação Lava Jato e das decisões tomadas pelo ex-juiz suspeito Sergio Moro.

Fonte;Brasil247