Uma reportagem da jornalista Júlia Barbon, publicada neste domingo na Folha de S. Paulo, revela mais um custo do golpe de 2016. Além de destruir a democracia, a economia e a imagem do Brasil, o assalto à presidência da República liderado pelo PSDB e pelo MDB também tornou o Brasil mais frágil para enfrentar a pandemia da covid-19.

"A complexa tarefa de distribuir vacinas para um país grande e diverso como o Brasil, que hoje é vista como peça fundamental no combate ao coronavírus, passou por uma turbulência silenciosa três anos atrás", escreve a jornalista. "Era 2018 quando Ricardo Barros, ministro da Saúde do governo de Michel Temer (MDB), decidiu fechar a central nacional responsável por essa logística há mais de duas décadas no Rio de Janeiro e contratar uma empresa privada em São Paulo para tomar conta do serviço. Até hoje é essa companhia, a VTCLog, do grupo Voetur, que recebe, armazena e controla a distribuição de todas as vacinas, soros, medicamentos, praguicidas, kits para diagnóstico laboratorial e outros insumos do Ministério da Saúde, incluindo os da Covid-19."

"Ela ocupou em 2019 o lugar da Cenadi (Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos), que era diretamente subordinada ao governo. Além de controlar o estoque, o órgão também monitorava a entrada de imunobiológicos adquiridos pelo país no exterior", informa ainda a repórter. O valor do contrato com a VTCLog é de R$ 97 milhões anuais e vai de 2019 até 2023.