O presidente está na Suíça onde participa Fórum Econômico Mundial, com outros líderes políticos e econômicos
O presidente Michel Temer anunciou nesta quarta-feira (24) em Davos um "novo Brasil", e comemorou as reformas econômicas, assegurando que continuará a lutar contra a corrupção, embora ele e alguns de seus ministros sejam acusados de desvio de fundos públicos.
"Há um combate árduo, pesado contra a corrupção no país (...) Mas, no Brasil as instituições estão trabalhando, temos uma absoluta separação de poderes", garantiu Temer no Fórum Econômico Mundial (WEF).
O presidente brasileiro, o primeiro em função a enfrentar acusações criminais, superou no final do ano passado um julgamento e duas acusações de corrupção.
As acusações também afetam alguns de seus ministros, mas, no momento, os processos estão parados porque gozam de foro político.
O discurso de Temer em Davos, diante de um seleto grupo de líderes políticos e econômicos, coincide com um tenso momento político para o Brasil, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um julgamento que pode ameaçar sua candidatura às eleições de outubro.
Mas em seu discurso, Temer, de 77 anos, fez uma defesa firme das reformas empreendidas por seu governo, que ele descreveu como uma "jornada histórica".
Desde a sua chegada ao poder após o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, seu governo realizou um severo ajuste fiscal para reordenar as contas públicas.
O resultado tem sido uma decolagem econômica, acompanhada por um controle da inflação, o que levou esta semana o Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentar suas expectativas de crescimento para 2018 de 1,5% para 1,9%.
Temer também se referiu à abertura econômica que quer encarcerar seu governo e, em particular, ao acordo comercial em negociação entre os países da União Europeia e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
"Pela primeira vez em 20 anos, temos a perspectiva realista de concluir muito em breve o acordo Mercosul-União Europeia, um acordo que queremos completo e equilibrado", afirmou, ressaltando que "o protecionismo não é a solução" a poucas horas da chegada a Davos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.